Dona de empresa alega que irmão de senador pediu propina extra para gastar com apostas em Miami

A administradora da empresa Florence Saúde, Florencia dos Santos revelou, em depoimento à Polícia Federal, como Murad Aziz, irmão do senador Omar Aziz, e o cunhado de outro irmão dele, Jader Pinto, atuavam para extorquir as empresas vencedoras de licitações na área da saúde no Amazonas.

As informações constam na representação apresentada pela Polícia Federal à Justiça e que culminou na deflagração da Operação cashback, na última quinta-feira.

No documento, a empresária informa que foi perseguida pelos acusados e que, o último pagamento que fez, no final de 2011, foi para atender um pedido de propina extra, no valor de R$ 20 mil reais, feito por Murad Aziz, segundo ela, para gastar com apostas em uma viagem à Miami, nos Estados Unidos. Ouça depoimento:

A Polícia Federal confirmou que, de fato, Murad Aziz deixou o País no dia 16 de novembro de 2011, no voo JJ8076, da Latam, que partiu de Manaus com destino a Miami.

A empresária informou à Polícia Federal que a empresa dela tinha faturamento médio entre R$ 20 e R$ 30 mil, porque não conseguia vencer licitações.

Porém, quando o faturamento subiu para cerca de R$ 1 milhão e meio de reais, foi chamada pela ex-gestora da Maternidade Ana Braga, Adelaide Marques, para uma reunião, quando foi apresentada a Jader Pinto.

E logo na apresentação disse ter ouvido do acusado as seguintes frases: “O Estado agora é nosso. Você já tem contrato, está faturando, o Estado é nosso. Ou você paga ou você está fora”.

Assustada, Florencia disse ter perguntado do que se tratava. E narra que então Jader sorriu e falou: “esse é o jogo. Você vai ter que pagar”.

Segundo o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, os acusados usavam a influência política para exigir vantagens indevidas e, por isso, são responsáveis pela falta de atendimento e morte de inúmeros cidadãos.

Florencia dos Santos contou ainda à Polícia Federal que depois de atrasar o pagamento do 13º salário dos funcionários por causa da propina extra, decidiu parar de pagar os 15% dos recebimentos, exigidos pelos acusados.

A partir de então, os repasses do governo do Estado passaram a atrasar três meses, os funcionários paralisaram as atividades e fizeram manifestações devido por não receber os salários. Ela disse ainda que, pouco tempo depois, o contrato foi rompido pelo Estado outra empresa foi contratada como substituta: a Total Saúde, que pertence a Mouhamed Moustafa, apontado como líder da organização criminosa.

Da redação  – Rádio Rio Mar