Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a luta por saúde, bem-estar e inclusão, em 21 de março celebra-se o Dia Internacional da Síndrome de Down, a data, instituída em 2006, não foi escolhida por acaso: ela remete aos 3 cromossomos 21 presentes nos portadores da Síndrome Down, por isso 21.03.
De acordo com especialistas, o diagnóstico precoce possibilita à criança com SD ingressar mais cedo em um programa multiprofissional, que promova sua saúde e desenvolvimento. E com o avanço da tecnologia, já é possível que os pais e responsáveis tenham acesso a essas informações, tanto no período de gestação como logo após o nascimento do bebê, como relata a Dra. Luciana Figueira.
‘’Durante a gestação são realizados inúmeros testes e exames, o Nipt é o exame pré-natal não invasivo, ele avalia o risco de doenças cromossômicas que é capaz de detectar mais de 99% dos casos de síndrome de Down, e possui uma taxa de diagnóstico falso negativa muito baixa,’’ destaca Luciana.
Para os casos de suspeita após o parto, existe um exame especifico.
‘’Existe o exame com suspeita após o parto, é o cariótipo com banda G, que fotografa todos os cromossomos presentes no DNA e consegue identificar não só a Síndrome de Down, como também a de Edwards e Turner,’’ disse a doutora.
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As crianças com SD podem apresentar atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, cardiopatias congênitas, alterações de tireoide e predisposição à obesidade, além de risco aumentado para alterações oftalmológicas e deficiência auditiva. Daí a importância do diagnóstico precoce, pois quanto mais cedo ocorrerem as intervenções, melhor a pessoa nessa condição poderá desenvolver suas potencialidades.
Omar Maia é presidente da Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas (APADAM), e fala sobre a importância do diagnóstico precoce.
‘’O ideal é descobrir ainda na gravidez, que você vai ter um filho com Síndrome de Down, a importância é que quando essa criança nasce você já correr para fazer as estimulações precoces para essas crianças terem um desenvolvimento mais rápido, e com isso ter uma melhor qualidade de vida né para poder estar inserido na sociedade,’’ destacou Omar.
Ele tem uma filha chamada Stephanie dos Santos, de 21 anos, que é portadora da síndrome, mesmo com tantas adversidades que ela enfrenta na sociedade, Omar ressalta as conquistas realizadas pela filha.
‘’Hoje minha filha hoje tem 21 anos, e os progressos que ela obteve foram através de muitas lutas, não foi fácil, principalmente com relação a escola, aonde tivemos algumas dificuldades em relação a matrícula para que ela pudesse estar inserida na inclusão escolar, hoje em dia ela é uma das dançarinas do Carlos batata, de boi-bumbá inclusivo, pois aqui na Associação nós temos um grupo de dança e ela é muito feliz,’’ disse Omar.
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No Brasil existem aproximadamente 300 mil pessoas com a síndrome, segundo dados do IBGE. A inclusão dessas pessoas na vida escolar e profissional é extremamente importante, pois aumenta a possibilidade de desenvolvimento, além de reforçar para a sociedade a necessidade de respeito às diferenças.
Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar