Em maio do ano passado, o Amazonas registrou dois recordes negativos: o maior desmatamento da história nos cinco primeiros meses do ano e também o maior para o mês de maio. Em 2021 a situação ficou duas vezes pior. Conforme o monitoramento do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente em abril e maio deste ano, o Estado acumula devastação maior que a soma dos cinco primeiros meses nos últimos seis anos.
De janeiro a maio deste ano foram 616 km², o equivalente a 86.274 campos de futebol. Quando considerados apenas os meses de abril e maio de 2021, a área devastada foi de 521,87 km². Nos cinco primeiros meses do ano passado, durante o primeiro pico da pandemia de Covid-19 no Amazonas, a área foi de 368 km².
E assim como historicamente acontece, os municípios ao sul do Estado são os campeões de desmatamento. Lábrea lidera o ranking, com 185 km², e Apuí aparece na sequência, com 146 km².
O ranking dos estados que mais devastaram nos primeiros cinco meses tem o Pará em 1º lugar (950 km²), o Amazonas em 2º (616 km²) e Rondônia em 3º (298 km²).
Esse desmatamento, no entanto, não está sendo impulsionado por queimadas. O monitoramento do Inpe mostra uma redução de 55% no número de focos de incêndio no Amazonas. De 1º janeiro a 15 de junho deste ano, foram identificados 181 pontos de calor, a menor quantidade para o período, desde 2015. No ano passado, por exemplo, neste mesmo intervalo, foram 404 focos.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Agência Brasil