O desempenho insuficiente dos alunos em língua portuguesa é um desafio crescente para a educação no Brasil. Dados recentes de avaliações nacionais, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), apresentam o panorama de muitos estudantes que ainda enfrentam dificuldades com a leitura e escrita.
Segundo dados do SAEB 2023, apenas 45% dos estudantes do ensino fundamental atingiram os níveis esperados de proficiência em língua portuguesa. No ensino médio, esse número cai para 30%.
No Amazonas, as escolas estão passando por mudanças a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A iniciativa objetiva preparar os alunos para o uso da linguagem, como explica a Gerente de ensino regular do Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc) e professora de Língua Portuguesa, Keyla Adriana.
O desempenho insatisfatório em língua portuguesa tem repercussões que vão além da sala de aula. A capacidade de leitura e escrita é fundamental não apenas para o sucesso acadêmico em outras disciplinas, mas também para a inserção no mercado de trabalho e para a cidadania ativa, destaca o professor de Língua Portuguesa, Tony Silva.
Em 2022, a estudante Rilary Castro do município de Itapiranga, interior do Amazonas, passou com nota máxima na redação do Enem. Já em 2023, mais de 390 alunos amazonenses da rede pública, alcançaram notas acima de 800 na redação do Enem, no entanto, o estado se encontra em primeiro lugar no ranking de estados brasileiros com a menor nota do exame.
Diversos fatores contribuem para esse quadro preocupante. A falta de infraestrutura adequada nas escolas, como bibliotecas e materiais didáticos atualizados, é um dos pontos críticos.
Rafaella Amorim, Rádio Rio Mar
Imagem: Arquivo Seduc