Deputados federais do Amazonas que mais faltam são os que mais gastam verba pública

Os oito deputados do Amazonas na Câmara Federal já gastaram mais de R$ 6 milhões em cinco meses de atividades, desde a posse, no dia 1º de fevereiro. Nesta conta estão inclusas verba de gabinete, cota complementar e auxílio moradia. As informações são públicas e estão na página de cada parlamentar no site da Câmara.

Chama a atenção o fato de que os deputados que mais faltam e menos apresentam propostas são os que mais gastam. No topo da lista está Silas Câmara (PRB), que sozinho gastou mais de 15% da soma total de todos os parlamentares. Foi quase R$ 1 milhão, um total de R$ 964 mil. Silas Câmara foi o segundo mais faltoso, com 16 ausências, sendo 8 justificadas. No período, ele apresentou 37 projetos, média inferior a oito por mês.

O segundo que mais gastou é o campeão de faltas e o que menos apresentou propostas: Átila Lins (PP). Ele teve 19 ausências em plenário, sendo 17 justificadas, e escreveu apenas 6 propostas em cinco meses. O parlamentar do PP é o que tem mais pessoal no gabinete e já gastou R$ 890 mil.

Na sequência, mas bem distante dos dois primeiros, aparece Bosco Saraiva (Solidariedade). Ele gastou R$ 132.500 mil a menos que Átila Lins: R$ 757 mil no total. Bosco Saraiva teve 5 faltas, nenhuma justificada, e apresentou 11 propostas.

Quem mais poupou o dinheiro do cidadão nestes cinco meses de legislatura foi Sidney Leite (PSD). Ele não usa auxílio moradia, não tem nenhuma falta em plenário e escreveu 45 propostas. Para desenvolver estas atividades, Sidney Leite gastou exatos R$ 631.388, 68.

O cientista político Helso Ribeiro lembra que a democracia brasileira é uma das mais caras do mundo e a população deve acompanhar e fiscalizar a atividade dos parlamentares.

Ouça: 

Já em termos de propostas apresentadas, o campeão é José Ricardo (PT). Foram 144 de fevereiro a julho, uma média de quase 29 por mês ou uma por dia. Na última semana antes do recesso no congresso, o petista protocolou um projeto para extinguir a aposentadoria especial dos congressistas. Para desenvolver estas atividades, José Ricardo gastou menos de R$ 710 mil, sendo R$ 19 mil de auxílio-moradia, mais de R$ 138 mil de cota parlamentar e quase R$ 552 mil de verba de gabinete.

Porém, quantidade pode não significar relevância, conforme o cientista político, até porque a função do congressista não é somente legislar, mas também fiscalizar o executivo.

Ouça:

Quanto às faltas, Helso Ribeiro lembra que elas são descontadas do salário bruto de R$ 33.763,00 bruto dos parlamentares.

Ouça:

Sobre as viagens oficiais, Átila Lins fez três, Pablo Oliva (PSL) fez duas e Alberto Neto (PRB) uma. O deputado Alberto Neto (PRB) teve 133 proposituras, quatro faltas, sendo três justificadas, e gastou R$ 677.500,00 mil. Já Pablo Oliva (PSL), protocolou 38 propostas, faltou 10 vezes ao plenário e justificou nove, não recebe auxílio-moradia e gastou pouco mais de R$ 728 mil  em cinco meses.

Marcelo Ramos (PL) teve 36 proposituras, não faltou e gastou R$ 744.891,16.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados