Deputados criticam declaração da associação de fabricantes de refrigerantes contra Zona Franca

A Afrebras, Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil, divulgou um manifesto para a semana da pátria com afirmações contrárias ao modelo Zona Franca de Manaus.

O texto menciona que ‘existe desigualdade mercadológica no setor de bebidas, tributação injusta e grandes empresas que são verdadeiras sanguessugas estatais’, a exemplo, segundo a Associação, do Polo Industrial de Manaus.

Atualmente, todo e qualquer concentrado de refrigerantes comprado no Brasil teve origem na Zona Franca.  Em Manaus está o único polo de concentrados do país e gera R$ 9,5 bilhões de reais de receita e mais de 7 mil empregos.

Conforme a Afrebras, a proposta do polo é atrair melhorias e desenvolver a região norte do país, contudo, com o passar dos anos o modelo teria sido desvirtuado e se transformou em uma ‘fábrica de créditos de impostos’.

Os deputados estaduais reagiram aos ataques ao modelo, como o presidente da comissão de Indústria, Comércio e Zona Franca de Manaus, Wilker Barreto.

“O ataque feito pela Afebras por total desconhecimento ao modelo econômico em especial ao setor de refrigerantes demonstra o quanto o Brasil desconhece a importância da Zona Franca de Manaus e este modelo de desenvolvimento e preservação da Amazônia. Não pode um modelo econômico ser achovalhado”.

O líder do PSB na Assembleia, deputado Serafim Corrêa, classificou como intempestivo e despropositado o manifesto da Afrebras. O parlamentar comentou que os incentivos existem desde 1967 e a associação insiste em negar o que já foi constitucionalizado.

O manifesto da Afrebras segue mencionando o que chama de ‘injustiças tributárias’, alerta para o impacto nos cofres públicos e finaliza informando que não irá aceitar que o poder público “ceda benesses fiscais, prejudicando a concorrência e a sociedade”.

O deputado Wilker Barreto disse que a carta aberta é um contrassenso ao que o modelo Zona Franca representa ao país e fez comparações com a crise hídrica enfrentada pela região Sudeste.

“Precisa ser levado em conta que, se nós avançarmos com outra matriz econômica que não seja a ZFM, o Centro Oeste e o Sudeste não sobreviverão às futuras crises hídricas. A Zona Franca de Manaus ajuda a manter o ciclo das chuvas, em função da preservação da floresta. E quando vejo entidades com cartas abertas contra este modelo acredito sim que eles estão pensando no hoje e desconsiderando o amanhã e as gerações futuras”

Procurada para comentar as críticas dos deputados, a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil reiterou que defende o corte dos benefícios para concentrados de refrigerantes produzidos na Zona Franca, pois isso proporcionaria menos impostos a todos os setores.

Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar