Crianças de 6 e 7 anos: Aumenta em 1 milhão o número das não alfabetizadas

O número de crianças brasileiras entre 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever quase dobrou entre 2020 e 2021, segundo levantamento feito pela ONG Todos Pela Educação.

Entre 2019 e 2021 houve um aumento de 66,3% nesta estatística. O estudo levou em conta os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, voltado a crianças que estudam em escolas públicas e particulares. A análise expõe que a cada cinco crianças nessa faixa etária, duas não estão alfabetizadas como deveriam.

Para a ONG ‘Todos pela Educação’ a pandemia de covid-19 agravou o cenário da alfabetização infantil no país, destaca o coordenador de Políticas Educacionais da organização, Ivan Gontijo.

Na educação tudo está interligado. E o déficit na alfabetização infantil gera problemas em outras áreas do conhecimento escolar. Ivan Gontijo, destaca que as habilidades de leitura e escrita são essenciais para o desenvolvimento social e humano dos pequenos estudantes.

O levantamento ainda destaca que os impactos da pandemia sobre a educação só reforçou a diferença entre crianças brancas e crianças pretas e pardas. Bem como  a distinção educacional entre crianças pobres e ricas. Para ter uma noção do cenário, dentre as crianças mais pobres, o percentual das que não sabem ler e escrever aumentou de 33,6% para 51,0%, entre 2019 e 2021. Já dentre as crianças mais ricas passou de 11,4% para 16,6%.

Programa Brasil Alfabetizado

E ainda falando de educação, mas para outro público. Nesta quarta-feira foi publicado no Diário Oficial um decreto que reformulou o Programa Brasil Alfabetizado. A ideia é garantir a universalização da alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais por meio da assistência financeira e técnica aos municípios que aderirem ao programa, também cuidando da atuação dos alfabetizadores com materiais de orientação formação e avaliação. Este ano a Campanha da Fraternidade 2022 convida a promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, bem como analisar o contexto da educação e seus desafios potencializados pela pandemia.

 

Tania Freitas – Rádio Rio Mar

Foto: Freepik