CPI da Saúde aponta que contratos do hospital Nilton Lins são mais graves que compra de respiradores

Após a Polícia Federal deflagrar a Operação Sangria, que cumpriu diversos mandatos de busca e apreensão, inclusive resultando na prisão da secretária de saúde do Estado e o congelamento dos bens do Governador Wilson Lima, a Comissão Parlamentar de Inquérito deu continuidade nas investigações.

A CPI da Saúde ouviu, nessa quarta-feira, depoimento do diretor-presidente do Hospital Beneficente Portuguesa, Vitor Vilhena Gonçalves da Silva. Questionado pelo membro da comissão, deputado Wilker Barreto do Podemos se a unidade foi subutilizada, o diretor-presidente afirmou que o hospital possuía estrutura para atendimento de pacientes não-covid.

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A Comissão também revelou, ontem, que documentos, repassados à polícia federal, mostram que o marido da atual secretária de comunicação do estado, Daniela Assayag, é sócio da empresa Andrade e Mansur Comércio de Materiais Hospitalares Ltda, conhecida como Sonoar.

A compra foi feita em “contrato de gaveta”, não registrado na junta comercial, mas registrada em cartório. Luiz Carlos Avelino Júnior detém 50% das cotas da empresa responsável pela aquisição e repasse de respiradores à loja de vinhos, que os vendeu com valores superfaturados ao governo do estado.

De acordo com o presidente da cpi, delegado Péricles (PSL), a comissão tem o contrato de cessão que mostra claramente a participação dele na sociedade da empresa que, de acordo com toda a investigação, montou cenário que garantisse não só beneficiamento ilegal, mas também o pagamento em tempo recorde, antes mesmo de entregar os materiais. Em coletiva realizada ontem, Daniela Assayag, negou as acusações.

Vitória Lima – Rádio Rio Mar

Foto: José Zamith/ Aleam