Cota do Rio Negro tem queda de 1 cm e anima feirantes da Manaus Moderna

Após se manter em 30 metros por oito dias consecutivos, a cota do Rio Negro, em Manaus (AM) baixou, pela primeira vez, nesta segunda-feira (14) para 29,99 m. Ainda que seja apenas um centímetro a menos, o processo de vazante já deixa os feirantes da tradicional Feira da Manaus Moderna mais animados, uma vez que as vendas ficaram prejudicadas em cerca de 80% em alguns boxes.

“Sempre quando acontece isso, a gente sente um impacto, é muito difícil. Então isso é um sinal de esperança para a gente voltar ao normal. Nós estamos levando porque Deus é bom, mas ficou tudo dividido, a carne, o peixe, o tempero, então ficou tudo separado”, disse o comerciante Otávio Loureiro.

O vendedor Otávio Loureiro está esperançoso que o Rio Negro continue baixando para que o movimento na Manaus Moderna volte à normalidade. Foto: Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar

A reclamação é que os consumidores que vão até a Manaus Moderna precisam dividir as compras entre a feira tradicional e a feira flutuante, exclusiva para peixes e carnes. O vendedor Taqueu de Souza já está na expectativa de quando poderá trabalhar sem precisar se equilibrar nas marombas e passarelas.

“Acredito que daqui para o dia 10 de julho já vai estar seca essa parte da feira. Vindo o pessoal da carne e do peixe para cá já volta ao normal”, destacou.

Feirantes e clientes precisam passar por marombas na Manaus Moderna, por causa da inundação. Foto: Macildo Ribeiro / Rádio Rio Mar

Até na nova estrutura flutuante as vendas não são iguais ao período antes da cheia. “Fica ruim para eles e para nós. Quem vai comprar os materiais, como cheiro verde e farinha, compra peixe de nós. Tem muitos que não sabem nem que tem vendas aí dentro [da Manaus Moderna]”, afirmou o vendedor Francisco Oliveira.

O Rio Negro está na cota de inundação severa, acima de 29 metros, desde o final de abril. A Pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil, Luna Gripp, explica que agora começou o processo de vazante em Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins. Segundo ela, é baixa a probabilidade de haver um repiquete, quando o rio começa a baixar e depois volta a subir novamente.

“A região dos grandes rios em seus momentos de maiores volumes, esse processo de apresentar um início de descida no nível dos rios já nos garante, de certa forma, que realmente, a gente não vai ter  maiores enchentes ao longo deste ano. O Rio não vai voltar a subir agora nesse contexto de grande cheia. Ao que tudo indica, a inundação severa começa a ser finalizada”, afirmou a pesquisadora.

Feira flutuante continua ativa na Manaus Moderna:

Os impactos da inundação devem continuar pelos próximos dias, com as ruas alagadas, inclusive no Centro de Manaus.

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Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar