Policiais Militares de Roraima e indígenas da Comunidade Tabatinga na Terra Indígena Raposa Serra do Sol entraram em conflito na tarde da última terça-feira (16). A denúncia foi feita por lideranças locais. Segundo o Conselho Indígena de Roraima, o conflito começou durante a retirada de um posto de vigilância e monitoramento que fica dentro da Terra Indígena para impedir a entrada de garimpeiros e invasores. Os relatos indicam que seis pessoas ficaram feridas, incluindo uma mulher e o Tuxaua da comunidade.
O Coordenador Geral do Conselho Indígena de Roraima, Edinho de Souza Macuxi, repudiou a ação dos militares na tentativa de desativar o posto.
Com a intensificação dos conflitos com uso de bombas de efeito moral por parte da polícia, o coordenador cobrou ainda providências para a defesa da dignidade humana e os direitos dos indígenas.
O Governo de Roraima informou que não houve invasão, mas sim o cumprimento de uma decisão judicial, que proíbe a obstrução de vias na Raposa Serra do Sol.
E nota, o Governo informou que, no primeiro contato com a tropa policial, os organizadores do bloqueio se mostraram solícitos e atenderam de forma pacífica à determinação judicial e desobstruíram a passagem da via.
Pouco tempo depois da desobstrução, os organizadores do bloqueio retornaram com mais aproximadamente 100 indígenas, munidos com arcos e flechas, além de armas brancas. Foi quando o conflito começou, segundo o comandante da Polícia Militar de Roraima, coronel Francisco Xavier.
Um policial foi atingido por uma flecha na perna e passa bem. Segundo o Conselho Indígena, dois dos indígenas feridos foram levados ao Hospital de Boa Vista, um deles para retirar a bala que ficou alojada no corpo.
Outro grupo de indígenas da aldeia de Willimon, que iam para Tabatinga para prestar apoio, foi abordado por policiais e dois indígenas estão no hospital de Uiramutã.
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Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar