Comboio de balsas de onde saiu tiro que matou militar da Marinha passa por perícia

A Polícia Federal e a Capitania dos Portos de Parintins estiveram nesta segunda-feira (22) no empurrador Waldomiro Lustosa V, de onde saiu tiro que matou o oficial da Marinha Lenivaldo de Souza Filho, 42 anos.  O tiro atingiu o pescoço da vítima. Eles realizaram perícia no local do crime. Outro militar ferido, Fábio Santos dos Santos continua internado no hospital Jofre Cohen.

O empurrador Waldomiro Lustosa V com duas balsas de combustível e sete tripulantes, incluindo dois seguranças, saiu de Manaus com destino a Itaituba (Pará) na madrugada de domingo (21).  Quando o comboio passava pela ilha das Garças, próximo ao município de Urucurituba, uma lancha da patrulha, com giroflex ligado, e com cinco tripulantes a bordo tentou abordar o comboio pela poupa. O comandante da embarcação, Edmilson Cardoso disse que estava dormindo e foi acordado.

Segundo ele, na abordagem, não houve aviso de que se tratava de uma ação da Marinha e como estavam numa área de frequente ataque de “Piratas do rio”, reagiram com disparos.

A empresa Waldemiro P Lustoza e Cia Ltda informou, por meio de nota que, na região da ocorrência são frequentes assaltos realizados pelos “piratas do rio” e o transporte de cargas e produtos naquele local somente é possível com o acompanhamento de vigilância armada e que a tripulação do empurrador questionou a identidade da embarcação que se aproximava de forma suspeita.

Diante da ausência de respostas, a equipe de vigilância do barco Waldomiro Lustoza V disparou um tiro de advertência para alertar e afastar os desconhecidos. Como resposta, receberam tiros em sua direção reforçando o temor inicial que se tratava de um ataque de pirata.

A empresa afirma ainda que assim como seus tripulantes, estão com a documentação em conformidade com as normas vigentes nos órgãos de fiscalização e controle da atividade e lamentam a morte do oficial.

O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) emitiu um comunicado, no qual se solidariza com os proprietários, colaboradores e funcionários terceirizados da empresa Waldermiro Lustoza, e lamenta o ocorrido, especialmente a morte do militar.

Diz ainda que há um número expressivo de assaltos que as empesas associadas ao Sindicato são vítimas cotidianamente e que somente entre 2020 e 2021, foram nove assaltos registrados, onde as vítimas são espancadas e tiveram, inclusive, órgãos arrancados (orelhas) por criminosos do rio.

O Sindicato pede mais segurança às empresas de navegação do Estado do Amazonas.

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Carlos Alexandre – Parintins

Foto: Márcio costa