O novo Centro de Saúde Mental do Amazonas, fica localizada na Av. Des. João Machado, no Planalto, zona centro-oeste de Manaus. O serviço irá atender as urgências e emergências psiquiátricas, 24h por dia, todos os dias da semana. O local irá dispor de leitos para observação.
O secretário de Saúde do Estado, Anor Samad, explicou que o Centro atenderá todas as urgências e emergências ocorridas com pacientes de saúde mental. A secretária adjunta de Urgência e Emergência, Neylane Macedo esclarece sobre os atendimentos.
A unidade também terá o papel de organizar a continuidade do cuidado na rede de saúde mental, após o atendimento emergencial do paciente, podendo ser: um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS); ambulatório especializado; internação breve; Centro de Reabilitação em Dependência Química; ou na atenção básica.
Desde a instituição da Lei 10.216 de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental, considerando o movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, assim como as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), os municípios se mobilizam para a mudança do modelo assistencial previsto, procurando implantar serviços e organizar ações a partir das normativas propostas pelo Ministério da Saúde, advindas desta Lei.
Em 2011, a nível nacional, foi instituída a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) trazendo novas normativas para a implantação de serviços não previstos anteriormente e com a proposta de inserção da lógica da atenção psicossocial em diversos pontos de atenção, além dos específicos de saúde mental, incluindo: atenção primária à saúde, atenção psicossocial especializada, atenção à urgência e emergência, atenção residencial de caráter transitório, atenção hospitalar, estratégias de desinstitucionalização e reabilitação psicossocial. A RAPS é uma poderosa estratégia para realmente redirecionar o modelo assistencial em saúde mental e efetivar o proposto no movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira.
A atenção à saúde em rede com diferentes pontos de atenção evidencia um conjunto de desafios constantes, dentre eles: a necessidade de efetiva articulação com todos os serviços de saúde em diferentes níveis de complexidade para o cuidado integral, qualificado e resolutivo, possibilitando o acesso e a promoção de direitos das pessoas, além da convivência em seu território.
Outro desafio é a execução da atenção psicossocial que é basicamente o cuidado centrado nas pessoas e não na doença, com o objetivo de contribuir no processo saúde-doença, melhorando a qualidade de vida do usuário e seus familiares, e, restituir aspectos emocionais e sociais perdidos ao longo do processo de adoecimento. Nesse contexto é necessário fortalecer a Atenção Primária em Saúde para que seja capaz de ofertar o cuidado em saúde mental, tanto no sentido da prevenção de sofrimento mental como na evitação da cronificação dos transtornos mentais, o que ocorre quando a atenção inicial a esses usuários não é disponibilizada.
Hiolanda Mendes – Rádio Rio Mar