Catedral da Sé recebe ato inter-religioso por Bruno Pereira e Dom Phillips

O ato inter-religioso em homenagem ao indigenista Bruno Pereira e ao Jornalista britânico Dom Phillips, aconteceu no fim de semana na Catedral da Sé, no centro da Capital Paulista. Os representantes de diversas religiões pediram justiça, democracia e respeito aos direitos dos povos indígenas. Durante a celebração ecumênica na Catedral da Sé, o Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, defende uma resposta da sociedade e um repúdio ao mau exemplo que vem dos governantes.

No evento foi lido o manifesto assinado pelas organizações que convoca a sociedade a dar um basta na violência contra os povos tradicionais e cobrar fortalecimento dos órgãos de fiscalização e respeito aos territórios indígenas.

O Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Pedro Luiz Stringhini, repudiou os ataques aos povos indígenas. Ele lembrou que é preciso uma união da sociedade para que a civilização vença a barbárie.

O ato teve a presença de católicos, anglicanos, metodistas, pentecostais, judeus, muçulmanos, budistas, kardecistas, povos tradicionais de matrizes africanas e membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, além de representantes de povos indígenas, defensores dos Direitos Humanos e representantes da sociedade civil.

Há exatamente um mês, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) emitiu um comunicado, no qual afirma que tem produzido documentos sobre invasões na região e denunciado às autoridades. E que, ainda assim, não houve providências com a devida rapidez.

Bruno era servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e desenvolvia estudos sobre o combate às ocupações ilegais de territórios indígenas. O jornalista britânico Dom Philips pesquisava sobre os problemas enfrentados por indígenas da Amazônia. No momento do desaparecimento, os dois iam visitar uma comunidade. Bruno e o jornalista britânico desapareceram durante o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Vale do Javari. O local é alvo constante de ataques e invasões de caçadores ilegais, segundo representantes da causa indígena.

Hiolanda Mendes – Rádio Rio Mar

Foto: Divulgação