Biocarvão é alternativa sustentável para fertilidade de solos amazônicos, aponta pesquisa

Os resíduos da agroindústria de açaí, muitas vezes descartados de forma inadequada, tornaram-se uma alternativa para a produção de biocarvão ou biochar, que aplicados em solos amazônicos apresentam resultados promissores sobre seu uso e efeito no solo e nas plantas como feijão-de-corda e milho. Os dados são de uma pesquisa finalizada com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Biocarvão é alternativa sustentável para fertilidade de solos amazônicos, aponta pesquisa.

Desenvolvido no âmbito do Programa Fapeam: Mulheres na Ciência, o estudo coordenado pela doutoranda em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável, da Universidade de Lisboa, e professora (Ifam/Manacapuru) Criscian Kellen, aponta que o uso do biochar não só promove melhorias na fertilidade do solo, mas também contribui para redução das emissões de CO2, consolidando-se como uma solução estudada e validada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

A pesquisadora destaca ainda que o desenvolvimento de tecnologias como o biocarvão para o manejo da fertilidade de solos da Amazônia adaptadas aos arranjos produtivos locais, melhora a produção agrícola, reduz os riscos e custos de produção, gera maior oferta de alimentos na família ou comunidade, aumento da renda e consequentemente contribui para a redução de desequilíbrios sociais e econômicos na região.

De acordo com Criscian, para a obtenção do biochar, a pesquisa partiu do desenvolvimento de um protótipo de forno de pirólise. O próximo passo da pesquisa será o ajuste deste forno para aumentar a capacidade produtiva e ser economicamente viável para que os produtores consigam produzir seu próprio biocarvão.

 

Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar