Autismo e diagnóstico na vida adulta têm história de desafios e superações

O diagnóstico do autismo acontece, geralmente, nos primeiros anos de vida. A doença é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta principalmente a linguagem e a interação social.

Quem tem autismo tende a desenvolver padrões de comportamento incomuns, de acordo com especialistas. Elaborar uma frase completa, conseguir se concentrar com facilidade, manter contato visual e ter um bom convívio social. Para alguns, ações simples, mas para quem sofre com o transtorno espectro autista, atitudes como essas podem ser um verdadeiro martírio.

Diagnóstico é feito nos primeiros anos de vida. Foto: Divulgação

Segundo a psicóloga Lúcia Barros, que atua na Associação Amigos Autistas do Amazonas, o acompanhamento médico é fundamental.

“As pessoas que se encontram dentro do espectro autismo, para que elas possam superar essas dificuldades, elas precisam de tratamento. Existem vários tipos de tratamentos para melhorar a comunicação, a concentração. A gente precisa transferir esses comportamentos por outros mais adequados. Se tiver um tratamento adequado, incluindo a equipe multidisciplinar, com médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo e pedagogo, essa pessoa vai ter um desenvolvimento muito mais rápido”, explicou.

O diagnóstico é feito ainda nos primeiros anos de vida. Mas nem sempre foi assim. Aos 51 anos de idade, o engenheiro José Inácio Sleimann só descobriu que tinha o problema três anos atrás, fazendo o tratamento do próprio filho, que também é autista.

José Inácio descobriu que era autista com quase 50 anos de idade. Foto: Arquivo Pessoal

“Eu comecei a perceber que aqueles comportamentos de quando eu estava no colégio batiam com o comportamento de autista. Naquela época não se falava nisso. Hoje é que se fala mais. Uma das médicas que analisou Tiago também me analisou e disse ‘você tem um leve autismo também, você é autista’. Foi quando ela me deu um laudo, assim como deu para o meu filho. Isso explicou muita coisa no meu comportamento, como o fato de eu não ter nenhum amigo, o fato de eu não ter nenhum relacionamento”, disse.

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Os especialistas reforçam que o respeito às diferenças e o amor ao ser humano são fundamentais. O autismo não é uma condição neurológica, é uma forma diferente de sentir a vida.

No dia 2 de abril é celebrado o dia mundial de conscientização do autismo, distúrbio que afeta vários aspectos da comunicação, além de influenciar também no comportamento da pessoa. No brasil, estima-se que pelo menos 2 milhões de pessoas sejam autistas, muitas delas nem sabem que possuem a doença.

Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar