Após zerar número de mortes por Covid-19 no dia 5, Amazonas não mantém índice em julho

O Estado do Amazonas zerou o número de vítimas da Covid-19 no dia 5 de julho, mas não conseguiu manter o índice nos 20 dias seguintes. Foram, pelo menos, 102 vítimas desde então, uma média de 5 mortes por dia em Manaus (AM) e nos municípios do interior. Apesar de ter sido uma boa notícia no começo do segundo semestre, o epidemiologista da Fiocruz Jesem Orellana diz que foi apenas um caso isolado, pois o sistema de saúde ainda não registrou óbito naquele dia.

“Estamos tendo, na verdade, nesse momento é o aumento da circulação viral. Há muitas pessoas vacinadas, mas há um aumento no número de mortes na capital nos últimos 20, 30 dias, não é um aumento assustador, mas gera preocupação. Estamos no nível de transmissão comunitária e de mortes parecido com o que nós vimos no primeiro pico da segunda onda”, afirmou

De 5 até 25 de julho, Manaus registrou uma média de 35 mortes por dia, incluindo todas as causas. Em seis dias, a quantidade ficou igual ou superior a 40 óbitos. A média antes da pandemia era de 30. Para o especialista, o papel do poder público e da população nesse momento é incentivar e fiscalizar o uso de máscara, estimular a vacinação e evitar aglomerações.

Segunda dose atrasada

Na capital, 15.595 estão com a segunda dose atrasada. São 7.484 que receberam a CoronaVac e precisariam ter retornado em 28 dias e 8.111 que tomaram a primeira dose de AstraZeneca. As vacinas da Pfizer ainda estão dentro do prazo de 84 dias. Jesem Orellana destaca que as falhas são desde o ano passado, com o atraso no início da vacinação e falta de campanhas de incentivo.

“Infelizmente, as autoridades sanitárias do Amazonas, de Manaus não têm interesse, por exemplo, de fazer busca ativa dessas pessoas que tomaram a primeira dose e estão atrasadas. Não têm interesse da fazer uma atualização, correção do banco de dados […] Os governos estão preocupados, nesse momento, em fazer populismo sanitário com as vacinas, anunciar campanhas, soltar balões, fogos, pensar nas eleições no ano seguinte e menos na saúde pública”, disse.

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Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar