Acusações de Mayra Pinheiro na CPI da Covid-19 são rebatidas pela Semsa

A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, rebateu afirmações feitas pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.

A titular da Semsa contestou a declaração da secretária, de que “encontrou nas unidades básicas de saúde de Manaus desassistência e caos e que havia unidades que estavam fechadas, enquanto a população morria, algumas sem medicamentos”. “Quanto ao caos, essa é uma visão equivocada da doutora Mayra. Nossas unidades nunca interromperam o atendimento. Infelizmente, ninguém no Brasil estava preparado para uma demanda quadruplicada como ocorreu nos picos da pandemia”, ressaltou Shádia.

Sobre unidades fechadas, a secretária lembrou que tão logo assumiu, o prefeito David Almeida ampliou para 22 o número de unidades preferenciais para atendimentos a casos suspeitos, expandindo uma área na UBS Nilton Lins, zona Centro-Sul, e restabelecendo o funcionamento de três Unidades Básicas de Saúde móveis, também exclusivas para assistência em Covid-19.

Shádia destacou ainda que todo planejamento para aquisição de medicamentos, em tempos de pandemia, enfrentou dificuldades pela sazonalidade e picos da doença, havendo períodos com baixo estoque, o que sempre foi solucionado mediante compra emergencial, na forma da lei.

A secretária relatou que houve reuniões com técnicos do Ministério da Saúde. “Esse suporte se deu muito mais pelo cenário da nova onda, no mês de janeiro, na segunda onda da pandemia, quando nossa principal deficiência era de pessoal. Em janeiro, a atual gestão encontrou a secretaria com mais de 2.400 servidores afastados por licença médica”, observou.

Sobre a acusação de haver UBSs fechadas, a secretária explicou que a Semsa tem unidades de saúde do tipo “casinha”, de 32 metros quadrados, ainda em funcionamento, mas que grande parte já foi desativada em razão da precária estrutura.

Outro ponto contestado foi a afirmação de que, na época, havia uma demanda reprimida de 2 mil testes para Covid-19. “A verdade é que os testes estavam represados no Lacen (Laboratório Central do Estado do Amazonas), único a realizar a leitura da coleta feita pelas unidades básicas e outras unidades hospitalares, no âmbito público, do tipo RT-PCR”.

Ainda segundo Fraxe, a Prefeitura chegou a conceder ajuda de pessoal para as análises, ao laboratório central estadual. Foram cedidos dez técnicos de laboratório e três farmacêuticos bioquímicos, ainda em serviço até o momento.

A secretária municipal de Saúde classificou como inverídicas ainda as declarações de Mayra Pinheiro sobre a inexistência de triagem de pacientes nas UBSs e de falta de acompanhamento de doentes com Covid-19, em tratamento domiciliar.

“Temos nota técnica publicada orientando trabalhadores e nossas unidades foram organizadas com distanciamento social, sinalização, dentre outras providências. Quanto ao acompanhamento, é de amplo conhecimento o nosso telemonitoramento que foi, inclusive, reorganizado pela atual gestão, passando a funcionar em uma estrutura mais adequada, com a promoção do fortalecimento da equipe”, concluiu.

Fonte: Semsa

Foto: Lucas Andrade/Semcom