Em 2022, o Amazonas teve 1.855 notificações de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, sendo que 93,6% das vítimas são do sexo feminino. A faixa etária de 10 a 14 anos responde por 54,9% dos casos. Além disso, a maioria dos supostos agressores são amigos ou conhecidos da vítima.
Esses dados são do informe epidemiológico do Monitoramento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes divulgado nessa terça-feira (30), pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). A publicação está disponível no link bit.ly/42c8sPN.
Outras características das vítimas disponíveis no informe incluem que 49,5% das crianças e adolescentes vítimas de violência sexual sofreu o crime mais de uma vez. Além disso, 80,5% dos casos ocorreram em residências e 21,2% das vítimas são gestantes com idade de 10 a 14 anos.
Na fundação, o monitoramento é consolidado pela Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), integrante da Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis. Segundo a técnica da Viva, Cassandra Torres, a consolidação e divulgação do perfil epidemiológico dessas vítimas são fundamentais para a formulação de políticas públicas para prevenir e combater a violência sexual contra esse público.
Os dados epidemiológicos nos permitem conhecer a gravidade e a complexidade da violência sexual contra crianças e adolescentes no Amazonas, permitindo-nos compreender o perfil epidemiológico da população afetada por esse agravo. Essas informações são essenciais para embasar a tomada de decisões, quanto às ações estratégicas dos diversos setores, e direcionar os recursos adequados a fim de prevenir e combater a violência sexual contra crianças e adolescentes, mas também agir na direção da promoção da integralidade da saúde e da cultura de paz, destaca Cassandra.
Outros dados
O informe destaca, ainda, outras características das vítimas de violência sexual contra crianças e adolescentes, como a situação conjugal, a raça/cor, a incidência e os tipos de violência sexual monitorados: assédio sexual, estupro, pornografia infantil e exploração sexual.
Com informações da assessoria
Fotos: Lucas Macedo/FVS-RCP