Doença de chagas requer atenção em virtude do consumo de frutas

O estudo intitulado “Relação entre polimorfismos genéticos e o desfecho clínico e laboratorial de pacientes autóctones da Amazônia com histórico de doença de Chagas aguda” realizado com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) buscou a análise clínica dos infectados e verificou que nove casos isolados foram de transmissão desconhecida.

Os pacientes analisados foram de seis municípios do Amazonas: Coari (a 363 quilômetros da capital), Carauari (788 Km), Uarini (565 Km), Tefé (523 Km), Lábrea (702 Km) e Amaturá (909 Km). A pesquisa, agora, está na fase de análise e identificação do parasito, bem como dos genes associados à evolução da doença.

A doença de Chagas, que por vezes pode ser negligenciada na Região Amazônica, requer atenção especialmente em virtude do consumo de açaí, bacaba e patauá, tornando necessários estudos sobre o perfil clínico dos pacientes. Foram analisados 83 casos, dos quais 74 foram em decorrência do consumo desses frutos, como explica a coordenadora do estudo, Débora Teixeira.

Do total de 83 pacientes, 60,3% apresentaram resultado sorológico negativo, ou seja, ainda é necessário fazer o acompanhamento por alguns anos para confirmar a cura da doença. Já os 39,7% que apresentaram sorologia positivo não podem ser considerados curados da doença, mesmo após a realização devida do tratamento.

21%, de 33 pacientes, apresentaram eletrocardiograma alterado, sugestivo de doença de Chagas crônica cardíaca, sendo necessário o acompanhamento com cardiologista.

 

Rádio Rio Mar

Foto: Arquivo / Ministério da Saúde