Em 24 anos e 4 meses de monitoramento de queimadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nunca um mês tinha sido tão degradante para o meio ambiente no Amazonas quanto setembro. Os satélites identificaram 8.659 focos de incêndios no território amazonense nos 30 dias do mês passado.
Conforme o histórico de 292 meses de registros do Inpe, o mês que chegou mais perto de setembro de 2022 foi agosto de 2021, com 8.588 focos de incêndio.
Em seguida, o terceiro pior foi justamente o mês anterior a setembro. Em agosto deste ano foram detectados 8.116 pontos de queimadas no Amazonas.
Como resultado, antes mesmo de completar os nove meses, 2022 já estava consolidado como o pior ano no Amazonas desde 1998 em relação às queimadas. Até o dia 3 de outubro, o Inpe já tinha contabilizado 18.682 incêndios no Estado. Nunca na história o Estado tinha chegado sequer aos 17 mil focos por ano.
Lábrea, Apuí e Boca do Acre, no sul amazonense, são os municípios com mais queimadas ao longo de 2022. Juntos, eles representam mais de 47% das ocorrências no território estadual, com mais de 8,8 mil focos de incêndio.
Segundo o governo do Amazonas, apenas 7,5% dos focos de calor estão em áreas de gestão direta do Estado e mais de 70% ocorreram em áreas de gestão federal, entre assentamentos, glebas federais, terras indígenas e Unidades de Conservação Federal. Os demais são registros em terrenos particulares e vazios cartográficos.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação