A Rádio Rio Mar iniciou a programação do mês de junho sobre consciência ambiental. A abertura da campanha aconteceu nesta quarta-feira (01), com a participação do assessor de comunicação do regional Norte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Padre Luiz Miguel Modino.

Rio Mar inicia programação sobre consciência ambiental; Documento ‘Querida Amazônia’ é tema de abertura. Foto: Rebeca Beatriz

O padre falou sobre o ‘Documento Querida Amazônia’, redigido a partir da realização da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, em 2019, no Vaticano.
O texto pede uma conversão que tem diferentes significados: integral, pastoral, cultural, ecológica e sinodal, mas a partir da vivência na Amazônia.

Ouça a entrevista:

O que é o Documento Querida Amazônia?

A gente sabe da importância dos documentos dos Papas para a vida da igreja. O problema é que muita gente não não lê esses documentos e isso nos impossibilita de trazer para nossa vida Aquilo que a igreja nos propõe como o caminho para nossa vida cristã. Neste caso, é a exortação do sínodo para a Amazônia, realizado em outubro de 2019. A exortação foi publicada em fevereiro de 2020, fruto de um processo de escuta vivenciado na Amazônia. Foram recolhidos elementos importantes para a vida dos povos da Amazônia. Após discussões surgiu o documento final, onde o papa nos convida a sonhar.

Padre partilhou com funcionários da Rádio Rio Mar sobre o tema ‘Documento Querida Amazônia’.

Quais são os principais ensinamentos deste documento?

O documento final fala sobre diferentes conversões, sobre quatro sonhos: o sonho social, o sonho cultural, o sonho ecológico e o sonho eclesial. Ele vai desenvolvendo a partir desses sonhos, tendo em conta o escutado durante o processo de escuta e sobretudo o escutado na sala sinodal sobre como ele gostaria que fosse a igreja da Amazônia e a partir da Amazônia a igreja do mundo todo.

Por que as pessoas precisam entender e vivenciar o seu significado?

Tudo está interligado. Precisamos entender isso.  Todos os sonhos do Papa Francisco na ‘Querida Amazônia’ estão interligados. A gente não pode falar de sonho ecológico senão falar de sonho social  ou de sonho cultural, respeitando por exemplo as culturas dos povos originários que são verdadeiros Mestres em Ecologia e nos ensinam não na teoria, mas na prática do dia a dia a respeitar e a cuidar da casa comum, nos ensinam a respeitar e cuidar da natureza do meio ambiente. Tudo começa por aí. Devemos trazer essa reflexão ecológica, social e cultural para as nossas vivências.

Como fazer para ter esse equilíbrio entre fé e preservação, extraídos do documento?

Seguir o exemplo dos povos indígenas. Para eles, cuidar da terra significa o mesmo que para nós significa cuidar da nossa mãe. Seguindo esse conceito, entender a urgência e a necessidade de cuidar do meio ambiente, daquilo que é comum a todos, juntos, precisamos tomar consciência disso.

Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar