Mãe denuncia escola por preconceito contra o filho, que sofre de hiperatividade

A estudante de Biomedicina Geovana Matos denunciou que o filho dela, uma criança de 5 anos foi vítima de preconceito dentro da própria escola, o lugar onde deveria ser acolhido. Segundo a mãe, o pequeno Leônidas sofre de hiperatividade, doença que causa agitação e dificuldade de se concentrar.

Mãe denuncia escola por preconceito contra o filho, em Manaus.

Geovana relatou que no primeiro dia de aula do filho, na semana passada, recebeu um telefonema de uma professora, dizendo que ele estava agitado e teria quebrado um aparelho eletrônico de uso da escola. Ela se dispôs a pagar o prejuízo, mas ainda assim, a escola alegou que não tinha interesse em manter o aluno. Para ela, o sentimento é de frustração.

“Os médicos sempre falaram que seria bom para ele fazer atividades, se enturmar (…) Ele foi à vontade para a escola, foi alegre. Mas todos os sonhos dele foram destruídos e ele também está triste porque não pode ir para escola. Ele me pergunta se vai para a escola e eu fico sem saber o que responder. Eu já havia recebido um relato de que ele tinha subido no armário para pegar o tablet, e caiu com o tablet, isso ele mesmo falou, disse que foi sem querer. Ele contou  que quando caiu o chamaram de burro e de doido”, disse.

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Segundo o relato da mãe, também houve preconceito por parte de pais e mães de outros alunos. O que ela pede é respeito e acolhimento.

“Eu nunca tinha passado por algo desse tipo. Eu esperava que a escola fosse uma segunda casa, um lugar que a criança fosse realmente preparada para a vida. Inclusive, foi uma total falta de respeito e de empatia das pessoas no grupo da escola… Pais de alunos alando mal dele ou de mim, sendo que nem sabem da nossa vida… meu filho só foi na escola duas vezes! Achei um absurdo uma coisa que foi falada somente em reunião ter sido espalhada pela escola inteira, e coisas assim distorcidas sobre meu filho sobre mim”, contou.

Ouça a reportagem:

O caso aconteceu no Centro Municipal de Educação Infantil – Cmei Dom Bosco, na Zona Oeste de Manaus. Geovana registrou boletim de ocorrência e disse que vai tomar outras medidas cabíveis. Ela espera uma retratação por parte da escola e dos envolvidos.

O que diz a Escola?

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que no ato da matrícula os pais ou responsáveis pelos estudantes assinam um termo de responsabilidade, que trata sobre o uso de imagem, possíveis danos causados ao patrimônio público, entre outras coisas.

No caso do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Dom Bosco, este ano a entrega da documentação dos alunos foi realizada de forma remota, porque a unidade de ensino estava em reforma, por isso, o processo de matrícula só começou a ser concluído no último dia 9 de maio, quando as aulas voltaram a ser presenciais e os responsáveis passaram a assinar o termo de responsabilidade.

Nessa situação específica, o aluno em questão quebrou o tablet da professora, equipamento que não pertence ao Cmei, por isso, a educadora irá arcar com o prejuízo. Porém, a direção da unidade aproveitou o momento e pediu para que a mãe da criança assinasse o termo de responsabilidade, mas a mesma se recusou.

O Cmei aguarda o laudo médico que atestará ou não se o aluno tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Caso o laudo seja positivo, a rede municipal de ensino irá tomar as medidas para que a criança receba o tratamento e acompanhamento necessários. A Semed reitera que preza pelo respeito, pela integridade e dignidade de alunos, professores e de toda comunidade escolar, não havendo espaço para discriminação ou qualquer tipo de preconceito.

 

Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar