Durante manifestações de Brasília na manhã desta terça-feira (07), o presidente Jair Bolsonaro cobrou o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, sem citar o nome do Ministro, a enquadrar a corte, afirmando que, se isso não ocorrer, o Poder Judiciário pode “sofrer aquilo que nós não queremos”.
Mais tarde, na Av. Paulista, em São Paulo, Bolsonaro voltou a atacar o STF, o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral e a questionar as eleições do próximo ano. O Presidente disse que só deixará o cargo “se for morto”, em tom de ameaça e ataque ao sistema eleitoral brasileiro.
“Ou o chefe desse poder se enquadra no seu ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada poder da república”, disse.
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O Presidente disse que vai participar do Conselho da República com os presidentes dos demais poderes para mostrar “para onde nós todos devemos ir”.
O Conselho da República é um órgão de consulta e deve demostrar um posicionamento sobre possível “intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio”.
Repercussão
As falas do Presidente estão repercutindo ao longo de todo o dia. O deputado federal pelo Amazonas Marcelo Ramos e vice presidente da Câmara comentou a possibilidade de abertura do processo de impeachment.
“Diante dos acontecimentos em Brasília e da fala do Presidente da República nas manifestações, duas conclusões são inevitáveis: primeiro que caracterizado está, sem dúvida nenhuma, o cometimento de crime de responsabilidade pelo presidente Bolsonaro. A segunda de que, se houver na manifestação de Brasília, que ele participou, qualquer ato de violência contra o Congresso ou contra o Supremo, será inevitável a leitura e abertura do processo de impeachment”, disse o deputado federal.
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Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar
Foto: reprodução / Facebook