Estudo identifica 3 sublinhagens de variante no AM e pede urgência em análise de ‘imunidade’ e vacinas

A maioria das novas contaminações por Covid-19 confirmadas no Amazonas é causada por duas das três sublinhagens derivadas da ‘Variante P1’ (chamada também de Gamma), identificada primeiramente no Estado. Isso é o que concluiu um estudo assinado por 23 pesquisadores de nove instituições e publicado no site ‘virological.org’, no último sábado (03/07).

Pelas amostras coletadas e analisadas, duas das três sublinhagens já prevaleciam nos casos confirmados no final de maio no Amazonas. Os pesquisadores também citam no documento que, a despeito de 37% da população estar vacinada com uma dose àquela altura, o Estado teve média de 518 casos confirmados para Covid-19 entre 1º de maio e 15 de junho.

Os pesquisadores consideraram um cenário em que a transmissão contínua da variante Gamma ocorra na população amazônica que já tenha elevados níveis de imunidade adquirida tanto pela infecção natural pelo vírus quanto pela vacinação, o que poderia indicar infecção pela segunda geração de variantes P.1, que são mais resistentes à neutralização do que o vírus parental.

Os pesquisadores afirmam que a variante P.1 foi a linhagem presente em 99% (744 de 752 genomas) de todas as amostras analisadas no Amazonas durante o período de estudo. Dizem ainda que os resultados revelaram aumento acentuado na prevalência desta variante que carregam dois tipos de alterações adicionais na proteína Spike (S).

O estudo conclui que a circulação persistente do vírus após a segunda onda de Covid-19 no Amazonas foi associada à evolução contínua da variante P.1 através de supressões ou mutações da proteína Spike e que a rápida propagação das variantes emergentes durante o mês de maio de 2021 sugere que essas sublinhagens devem continuar a espalhar-se nos próximos meses no Amazonas e em outros estados brasileiros.

Os pesquisadores afirmam que, embora o surgimento das novas variantes virais não tenha sido associado a uma terceira onda no Amazonas até agora, a transmissão comunitária da segunda geração, que poderia ser mais transmissível ou resistente à neutralização do que a parental, deve ser cuidadosamente monitorada.

Por fim, o estudo pede urgência na análise da eficácia dos soros de indivíduos infectados e vacinados para estas novas sublinhagens emergentes.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Eduardo Prado/FVS-AM