A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou, nessa segunda-feira, a importação e o uso da vacina Sputnik V pelo Brasil. O imunizante é produzido pelo Instituto Gamaleya, da Rússia.
O diretor da Anvisa, Alex Campos, que é o relator do pedido, considerou que o imunizante pode trazer riscos à saúde. Também foram apontadas falhas e pendências na documentação apresentada pelo fabricante. A avaliação foi baseada em pareceres técnicos de três gerências da agência.
De acordo com o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, os lotes analisados mostraram a presença de adenovírus com capacidade de reprodução no composto da vacina, fator que traz riscos à saúde.
Em outra avaliação, a Gerência Geral de Inspeção e Fiscalização da agência informou que não foi apresentado o relatório técnico de aprovação do imunizante russo para verificar o controle de qualidade na fabricação.
Já em outro parecer, ocorreu falta de informações conclusivas sobre eventos adversos de curto, médio e longo prazos decorrentes do uso da vacina, o que prejudica a avaliação do produto.
A deliberação foi marcada dentro do prazo estipulado pela Lei n º 14.124/21, e de acordo com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que determinou a análise da questão dentro de 30 dias. Caso não houvesse essa análise por parte da Anvisa, a vacina poderia ser importada.
Os estados que tiveram os pedidos avaliados pela Anvisa foram: Bahia, Acre, Rio Grande do Norte, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Ceará, Sergipe e Pernambuco. Além desses, também estão com pedidos pendentes de avaliação, ainda dentro do prazo, os estados de Rondônia, Sergipe, Tocantins, Amapá e Pará, e os municípios de Niterói e Maricá (RJ). No total, esses pedidos somam 66 milhões de doses.
Fonte: Agência Brasil
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