Com promessa de reembolso por parte do Ministério da Saúde, o Fórum Nacional de Governadores decidiu comprar diretamente das fabricantes, doses de vacinas suficientes para vacinar mais de 25% da população até abril, ou seja, mais de 50 milhões de brasileiros. A informação é do governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

Segundo o governo do Piauí, a decisão da compra direta foi aprovada em uma reunião virtual pelos governos de 16 estados, entre eles Wilson Lima (PSC), do Amazonas.

O governador do Piauí, Wellington Dias, disse que falta iniciativa ao Ministério da Saúde. A ideia dos governadores é adotar modelo semelhante ao do Estado de São Paulo, que comprou as doses da China, através do Instituto Butantan, e depois as revendeu para o Ministério da Saúde.

Os estados vão buscar negociar as vacinas Astrazeneca (China, Índia e Fiocruz) e Coronavac (China/Butantan). Inclusive já enviaram um oficio com solicitação de cronograma para entrega de vacinas ao Butantan e Fundação Oswaldo Cruz. Outras fabricantes, como Covaxin, Pfizer e Moderna, também serão procuradas, mas seguindo as regras do Plano Nacional de Imunização (PNI), segundo Wellington Dias.

O plano do Ministério da Saúde é vacinar 25% da população até abril e 50% até julho, ou seja, 100 milhões de pessoas. A ideia dos governadores é antecipar de dezembro para julho a imunização de 70% do País. Porém, segundo Wellington Dias, a decisão dos Estados de negociar as doses diretamente com as fabricantes é uma reação à informação de que o Ministério não cumprirá o cronograma de vacinação divulgado por ele próprio, na quarta-feira passada, durante reunião virtual com o Fórum Nacional de Governadores.

Em mais de um mês de imunização, menos de 3% da população brasileira foi vacinada, menos de 6 milhões de pessoas.

O valor de cada dose, na previsão do governador do Piauí, custaria em média dez dólares. No Amazonas, com base na estimativa do IBGE, de que o Estado tem 4,2 milhões de habitantes, 25% da população equivale a 1.050.000 pessoas. Como cada uma precisa tomar duas doses, são necessárias 2.100.000, o que custaria mais de R$ 115,5 milhões (com o Dólar a R$5,50). Porém, quanto ao custo, cabe ressaltar que a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aelam) tem R$ 50 milhões em caixa reservados para compra de vacinas.

Atualização às 09h03 com resposta do Governo do Amazonas

“O Governo do Estado informa que a vacinação contra a Covid-19 é prioridade e que, por esse motivo, se alia a outros governos estaduais na iniciativa de buscar alternativas de aquisição que venham somar com o esforço do Governo Federal. Atualmente, os Estados que se uniram na intenção de compra estão prospectando possibilidades, não havendo ainda formalização de aquisições.”

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Diego Peres/Secom