Em Manicoré, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou três pessoas pelo crime de lavagem de bens em razão da ocultação de madeiras extraídas de áreas protegidas, com fraude em sistema de controle disponibilizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Os alvos da ação são o empresário Edson Nicolau Klein, sócio-administrador da Madeklein Madereira, Ildeu da Silva Pena e Edmilson Façanha Barros, responsáveis por planos de manejo florestal sustentáveis relacionados à empresa.
Conforme a denúncia, entre junho e novembro de 2016, a madeireira ocultou mais de 840 metros cúbicos de madeira em tora de essências/espécies diversas. Foi constatado que, no pátio da empresa, havia madeira em tora serrada não declarada no sistema Documento de Origem Florestal (DOF), do Ibama.
Segundo o procurador da República Leonardo de Faria Galiano, o sistema DOF tem sido objeto de fraudes diversas, por meio das quais pessoas se valem de créditos de produtos florestais obtidos licitamente para acobertar extrações ilegais de madeira.
A partir da análise de documentação apresentada pela madeireira, as investigações concluíram que foi montada fraude para se fazer crer que a madeira existente no pátio da empresa tivesse origem dos planos de manejo elaborados por Ildeu da Silva Pena e de Edmilson Façanha Barros.
O MPF requer a condenação dos três denunciados de acordo com o artigo 1º, caput, da Lei n.º 9.613/1998, que prevê pena de prisão de três a dez anos e multa para quem “ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal”.
O órgão ainda pede que seja fixado o valor mínimo para reparação dos danos causados pelo crime ambiental, além da produção de todas as provas necessárias, inclusive com base em laudos periciais e documentos e oitiva de testemunha.
Da redação da Rádio Rio Mar
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