Avanço na implantação de lixão, no Iranduba, mobiliza e preocupa dezenas de comunidades 

O avanço na instalação de um aterro sanitário, no município de Iranduba, na região Metropolitana de Manaus, deixou centenas de moradores de várias comunidades locais em estado de alerta. No último domingo 02/11, dezenas de moradores e empreendedores fizeram uma manifestação contrária a instalação do empreendimento, alegando graves consequências ambientais, caso o projeto seja consolidado.

(Foto Divulgação)

(Foto Divulgação)

A empresa Norte Ambiental Tratamento de Resíduo Ltda iniciou a implantação de um aterro sanitário, no quilômetro 19 da rodovia AM-070, no município de Iranduba, com o serviço de terraplanagem em uma área de 40 hectares, equivalente a 400 mil metros quadrados. De acordo com o projeto, o aterro terá vida útil de 15 anos, mas poderá ser estendida por mais 7 anos, com uso de novas tecnologias.

Estudos técnicos mostram que o lixão deve afetar 6.500 famílias em um raio de 5 km, e 31.740 famílias, no perímetro de 10 km. Às margens do Rio Negro, 28 comunidades serão afetadas, somadas a mais 32 comunidades, às margens do Rio Solimões. Na região, há forte presença de empreendimentos voltados ao turismo e à agricultura familiar, que temem ser impactados, afirma o técnico em topografia e morador da comunidade Bom Jesus, Eduardo Izel.

Mapeamento das comunidades que serão afetadas (Imagem Divulgação)

Mapeamento das comunidades que serão afetadas (Imagem Divulgação)

No segmento ambiental, os estudos revelam que mais de 79 nascentes de água e dezenas de igarapés devem ser afetados com a implantação do lixão. Outra preocupação, é em relação aos recursos hídricos, com a poluição de poços artesianos, revela ainda o analista em topografia.

Manifestação feita do último domingo 02/11 (Foto Divulgação)

Manifestação feita do último domingo 02/11 (Foto Divulgação)

No último domingo, dezenas de moradores se manifestaram, sobre a Ponte Rio Negro, contra a instalação do aterro sanitário. No dia 19 de setembro, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – Ipaam concedeu uma Licença Única para que a empresa Norte Ambiental iniciasse a terraplanagem do terreno, onde será implantado o lixão.

A decisão mobilizou a população do município, que questionou o Ipaam, explica Mitiko Takahashi, presidente da Associação Cultural Sol Nascente.

Morador e professor da Comunidade do Paricatuba, Aniceto Barroso, descata os prejuízos que podem ser causados ao patrimônio cultural e arqueológico daquela região.

Solicitamos um posicionamento do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – Ipaam e do Ministério Publico do Estado do Amazonas – MPAM, a respeito do início da implantação do aterro sanitário, mas até o fechamento dessa reportagem, não obtivemos resposta.

Acesse, abaixo, o PDF do Relatório de Áreas que serão afetadas pelo aterro sanitário: 

RELATÓRIO TÉCNICO SOBRE CURSOS DAGUAS E NASCENTES PARICATUBA

Acompanhe, abaixo, a reportagem em áudio:

Nuno Lôbo – Rádio Rio Mar 

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