O Boi-Bumbá Caprichoso venceu a 57ª edição do Festival Folclórico de Parintins, com o tema “Cultura – O Triunfo do Povo”. Este foi o 26º título da associação cultural. A apuração, que consagrou o tricampeonato do Touro Negro, ocorreu na tarde desta segunda-feira (01/07), no Bumbódromo de Parintins (distante a 325 quilômetros de Manaus).
Com diferença de um décimo (0,1) Boi Caprichoso se tornou tricampeão de 2024, em que somou 1.259,3 pontos contra 1.259,2 do Garantido.
Para buscar o título de tricampeão, o Boi Caprichoso deu ênfase às raízes e tradições dos bois, além de valorizar a cultura popular, levando para a arena elementos que representam a essência do folclore, através de alegorias gigantescas.
Na primeira noite, o Touro Negro apresentou o subtema Raízes: O Entrelaçar de Gentes e Lutas. O espetáculo destacou as tradições e a história do boi-bumbá azul. O Caprichoso encantou o público com uma performance aérea, trazendo o apresentador Edmundo Oran, o levantador de toadas Patrick Araújo e o boi içados por um guindaste.
O espetáculo contou com alegorias gigantes, toadas tradicionais e entradas marcantes, como a da cunhã-poranga Marciele Albuquerque, que encantou ao se transformar em serpente, com a lenda amazônica “A Dona da Noite”, obra do artista Roberto Reis.
Na segunda noite, o espetáculo retratou a pluralidade das comunidades tradicionais da Amazônia com o tema Tradições: O Flamejar da Resistência Popular, exaltando os povos indígenas e ribeirinhos.
O boi azulado levou para a arena três alegorias que deixaram o público encantado. A Figura Típica homenageou o Pescador da Amazônia, com cores e movimentos cheios de detalhes, criação dos artistas Márcio Gonçalves e Marlucio Pereira.
O Boi Caprichoso fechou a última noite do 57º Festival de Parintins levando para a arena o apelo contundente em favor da proteção da floresta e dos povos originários, a partir do tema “Saberes, o Reflorestar das Consciências”.
A primeira alegoria foi ‘Lenda Amazônica’, apresentando ao público a história do povo Macurap, que enfrentou uma grande alagação e teve a missão de proteger o povo da floresta. A obra do artista Alex Salvador foi destaque, com efeitos e detalhes, transformando a arena numa grande floresta.
Dando ênfase aos saberes tradicionais e crenças populares, o item ‘Figura Típica Regional’, concebida pelos artistas Makoy Cardoso e Nei Meireles, levou para o bumbódromo os Sacacas, Curadores da Floresta, que retrataram o poder da cura das ervas medicinais que ultrapassam os limites da ciência.
Ao longo da apresentação, o bumbá azulado deu destaque para as emergências climáticas, com a presença de líderes indígenas como Vanda Witoto. O espetáculo foi encerrado com o Ritual Indígena, entoado por Awa Guajá – A Oferenda e Sacaca.
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Da redação – Com informações da Assessoria