Refletir sobre questões relacionadas à Amazônia e traçar perspectivas e metas em prol do futuro da região. Foi com esse propósito que aconteceu o Quarto Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal.
O evento foi realizado entre os dias 6 e 9 de junho na cidade de Santarém, no Pará, unindo representantes das Igrejas locais amazônicas. A celebração faz memória ao Documento de Santarém, publicado há exatos 50 anos pela Igreja Católica.
A carta, que fala sobre a diversidade da Amazônia e da missão do evangelho na região, aliadas à comunicação, foi atualizada durante o encontro.
Ouça a reportagem:
O arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Leonardo Steiner, estava presente, e falou sobre o legado da Igreja católica no município de Santarém.
“Uma oportunidade de revisitar o passado, fazer memória, não como saudade, mas de perceber a ousadia e uma palavra de esperança de uma igreja que buscava realmente entender onde ela se encontrava e como levar o evangelho às novas realidades de então. Hoje, 50 anos depois, é uma gratidão poder celebrar a ousadia desses irmãos, revisitar o documento, mas a partir do documento e do sínodo para a querida Amazônia, e o texto do papa Francisco, pensarmos o futuro, a presença da nossa igreja na região”, disse.
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Dom Leonardo aproveitou, ainda, a oportunidade, para mencionar os desafios de fazer comunicação na Amazônia, destacando o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips.
“Na nossa região, vemos o crescer da violência. Temos um Jornalista e um que está licenciado da Funai desaparecidos. É lamentável que aquelas pessoas que são responsáveis pela comunicação e que levem os fatos e a verdade para a sociedade sejam violentados. O jornalismo é muito importante para mostrar a verdade, a realidade, para dar visibilidade às realidades que existem”, comentou.
Outro ponto apresentado foi o protagonismo da mulher na igreja, conforme destacou a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, Irmã Maria Ribeiro.
“Estamos falando já há bastante tempo do protagonismo da mulher, da participação da mulher, leiga e consagrada. E no entanto ainda nós temos muita falha na questão nos processos decisórios da igreja. As decisões em todos os níveis Paroquial, da comunidade e às vezes até de conferência dos bispos, demora. Demora para que a nossa participação, nossas sugestões e o nosso trabalho sejam realmente considerados, vistos como propostas boas, úteis e de crescimento para a igreja”, contou.
A necessidade de respeito aos povos indígenas e nativos da região amazônica, e acolhimento à juventude, com ênfase da participação na união de forças também estão entre os assuntos que ajudaram a compor o debate durante o encontro.
Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar