Cerca de 130 trabalhadores de uma empresa terceirizada da Petrobras paralisaram as atividades por causa dos salários atrasados há 3 meses. Ao todo, são 280 funcionários contratados, e 95% dos eletricistas, técnicos, caldeireiros, entre outros profissionais estão sem receber.
O Diretor-Secretário do Sindipetro – AM/PA (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo) Silvio Cláudio, informou que os trabalhos foram paralisados no sábado e nessa segunda-feira realizaram uma manifestação em frente à sede da estatal.
“A Petrobrás não deve um real às empresas contratadas, mas as contratadas devem aos trabalhadores. Cobramos a Petrobras porque a empresa se nega, foge e não comparece. Se a terceirizada falhou, a obrigação é dela suprir a falha da empresa com o atraso de salários, plano de saúde, cesta básica desses trabalhadores e a segurança em Porto Urucu que está cada vez mais fragilizada”, diz.
Aguardamos posicionamento da Petrobrás e da empresa terceirizada. O Polo Urucu, em Coari, é responsável por grande parte da produção de petróleo e gás natural do país. Em dezembro de 2020, gerou 38% do gás e 18% do petróleo extraído do Norte e Nordeste.
Veja a manifestação realizada nesta segunda-feira:
Os trabalhadores ficam 15 dias em Manaus e outros 15 no polo petroquímico. Eles só devem retornar ao local quando houver posicionamento da Petrobras.
“Por toda a falta de posicionamento de Petrobrás e da empresa Método Engenharia. Os trabalhadores estão querendo voltar ao trabalho, mas precisam ter seus soldos atualizados”, disse.
O eletricista Paulo da Silva relata que as consequências são para o sustento das famílias e para a geração de energia elétrica. A unidade abastece os Estados do Amazonas, Pará, Maranhão e parte do Ceará.
“Se parar em Urucu, falta energia em Manaus, nos hospitais, nas grandes indústrias. Nossa intenção não é brigar com ninguém, não é de violência. Nossa intenção é receber nosso salário e manter nossa família saudável”, relata.
O Raimundo Manduca presta serviço em Urucu há 20 anos e está com as contas de energia atrasadas. Ele diz que o problema é recorrente.
“Isso vem se arrastando há muitos anos. Empresas que, antes do fim do contrato, abrem falência e deixa todo mundo na mão. Sem contar que muitas pessoas estão doentes, encostadas, que não conseguiram nem benefício do INSS. Não vamos abrir mão dos nossos direitos”
Petroleiros representados por pelo menos 13 sindicatos também paralisaram as atividades por diversos motivos, como demissões, descumprimento de acordo coletivo e contra a política federal de reajustes dos combustíveis e venda de refinarias da Petrobras.
Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar