Depois de atingir o nível mais baixo da história, entre os dias 09 e 12 de outubro, com 12,11 metros, o Rio Negro subiu 19 centímetros, desde então, e atualmente está com 12,30 metros. De acordo com pesquisador em geociência do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Marcos Suassuna, essa progressão lenta confirma a previsão de baixos níveis de chuva para o início do período chuvoso.
O pesquisador afirma, no entanto, que a partir desta segunda-feira, o volume de chuvas deve aumentar e acelerar o processo de cheia do Rio Negro.
“A estação chuvosa vem acontecendo de uma forma em que nós temos semanas com um pouco mais de chuva e outras com um pouco menos de chuva. Esse prognóstico vinha sendo comunicado pelos institutos de meteorologia. Essa chuva abaixo da normal acontece com semanas mais chuvosas e semanas menos chuvosas, a exemplo dessa última semana, que teve uma pequena redução das chuvas comparado com à semana anterior. Até o dia, 20 possivelmente, o nível das chuvas deve permanecer um pouco mais baixo do que aconteceu nas semanas anteriores e um pouco mais baixo do que deve acontecer do dia 20 em diante. Essa forma intermitente com que a chuva vem se concretizando faz com que o nível do rio, nesse final de período seco, se eleve de uma forma ainda modesta, com pequenas subidas e possibilidades inclusive de estabilização em torno de níveis não muito mais altos do que aquele que vem sendo observado”, disse pesquisador em geociência do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Marcos Suassuna.
Marcos Suassuna acredita que essa condição de aceleração no volume de acúmulo de água com as chuvas também deve acontecer em outros rios do Amazonas, como o Japurá e o Solimões.
“Não vem acontecendo apenas no trecho de Manaus, como por exemplo também em trechos do Alto Solimões. Tabatinga já vem observando algumas elevações, com a crescimento também de vazões, da ordem de 30%, quando comparado com o período mais crítico dessa estação seca. Em outros pontos, no Rio Japurá, os níveis também estão se elevando”.
O SGB avalia que, no geral, ainda é preciso chuvas mais consistentes e distribuídas, tanto na região de cabeceira quanto na parte central da bacia do Rio Negro e em trechos de foz, para a recuperação dos níveis dos rios.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil