A cota do Rio Negro voltou a subir depois de quase cinco meses de descida. Em 2021, o Rio baixou pela primeira vez no dia 14 de junho, mesmo mês em que atingiu a marca histórica de 30,02 m. Depois das sucessivas quedas, no último fim de semana o Rio Negro subiu 4 centímetros e chegou a 19,48 nesta segunda-feira (08) e depois subiu mais 5 cm, chegando a 19,53 m nesta terça (09).
– 1 cm no sábado
– 1 cm no domingo e
– 2 cm nessa segunda-feira
Apesar da mudança de padrão, o pesquisador em Geociências na CPRM (Centro de Pesquisa em Recursos Minerais), André Martinelli informou que ainda não configura o início da cheia. Ouça:
O especialista espera que toda a calha do Rio Negro permaneça no período de vazante por mais duas semanas e, depois disso, estará configurado o início da cheia e, em cerca de 10 dias, deve chegar à Manaus.
A oscilação do Rio Negro na capital está relacionada ao comportamento do Rio Solimões, que começou a encher há duas semanas, começando pelo município de Tabatinga.
A cota do Rio Negro nesse dia 8 de novembro está 2,87 m maior do que dia 8 de novembro de 2020. André Martinelli informou que ainda não é possível prever quão grande será a cheia do próximo ano.
Ao longo dos 100 anos de dados hidrológicos da CPRM, já houve casos em que o Rio Negro estava com cotas muito maiores nessa época, mas ao longo do ano seguinte não ultrapassou os 28 metros, que é a cota de atenção. Ele explica que processo é dinâmico e linear.
“Em 118 anos de observação, 25 vezes a menor cota foi acima de 19 metros e dessas 25 apenas 4 participaram de uma cheia extrema. O que esse dado mostra é que não é casual uma cota de vazante alta resultar em uma cota de cheia extrema”, disse.
Segundo o pesquisador, não é possível prever a quantidade de chuva dos primeiros meses de 2021, que vai definir a magnitude da cheia do Rio Negro. As previsões começam a ser lançadas no final do mês de março com os cálculos das cotas máximas a serem atingidas no ano.
Ana Maria Reis/Rádio Rio Mar