De dezembro de 2020 até hoje, o preço do diesel aumentou 87,5%, segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC&Logística). A entidade considera esse um dos principais problemas do setor de transporte de cargas e passageiros no Brasil.
O assunto foi discutido em um seminário promovido pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (1º). E a Petrobras faltou ao debate.
Diante da recusa da Petrobras em participar das discussões, os deputados já articulam a convocação do ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, para prestar esclarecimentos na comissão.
De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, o diesel responde por 30% dos custos do transporte rodoviário de cargas, e pode chegar a 50% nas longas distâncias.
No debate, a NTC&Logística sugeriu que parte dos R$ 106 bilhões de lucro da Petrobras em 2021 e dos quase R$ 39 bilhões que a empresa repassou ao governo federal em dividendos sejam usados em um fundo estabilizador do preço do diesel.
A entidade também sugere o uso dos R$ 70 bilhões que a Petrobras dá ao governo federal por meio de impostos, royalties e outras participações para este fundo.
O diretor da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Marcos dos Santos, afirmou que o preço dos combustíveis não pode ser objeto de uma “política de empresa”, mas de uma política de Estado, já que o governo federal é o maior acionista da Petrobras.
Segundo Marcos dos Santos, o setor de transporte de passageiros aumentou perdas e o total chega a R$ 27 bilhões desde março de 2020, por conta de desequilíbrios econômicos agravados pela pandemia de Covid-19.
Da Redação, com informações da Câmara dos Deputados
Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados