Editorial por Luis Miguel Modino*
O cuidado do meio ambiente, da casa comum, que nos fala o Papa Francisco é um desafio inadiável. Estamos vivendo o Tempo da Criação, um momento em que somos chamados pelo Papa Francisco a que “como seguidores de Cristo no nosso caminho sinodal comum, vivamos, trabalhemos e rezemos para que a nossa casa comum seja novamente repleta de vida.”
A Igreja do nosso Regional está refletindo no Seminário de Ecoteologia que acontece de 13 a 15 de setembro, sobre o meio ambiente, e assim ajudar os estudantes de Teologia, que devem ter um papel importante nas comunidades amazônicas no futuro, mas também a lideranças comunitárias e agentes de pastoral, a entender a necessidade de aprofundar no conhecimento de tudo aquilo que faz referência ao cuidado da Criação, um elemento fundamental para garantir a vida na região, mas também no Planeta.
A falta de cuidado com o meio ambiente é uma atitude presente em muitas pessoas. Manaus é um claro exemplo disso, que se concretiza no acúmulo de lixo nas ruas, na poluição dos rios e igarapés, que deixaram de ser fonte de vida para se tornar foco de doenças, nas queimadas e deflorestação e em tantos atentados com os quais nos deparamos na vida do dia a dia em nossa Amazônia.
Como homens e mulheres de fé, qual é nossa atitude diante da Criação? Até que ponto nós assumimos o chamado que o Papa Francisco nos faz a ter a ecologia integral como elemento norteador em nossa vida de fé? Qual nossa atitude como batizados, mas também como comunidade cristã, como Igreja, diante da crise ecológica que está vivendo a Amazônia e o Planeta?
Ficar de braços cruzados, se fazer os desentendidos nunca pode ser o caminho a seguir. O cuidado do Planeta exige um compromisso sério de parte da sociedade, ainda mais daqueles que dizemos acreditar no Deus Criador, fonte de vida para toda a humanidade. Nosso silencio, nossa apatia, contribui para que a situação piore e o Planeta e aqueles que o habitam, especialmente os mais pobres, sofram cada dia mais.
Somos chamados a pensar, a sentir a necessidade de aprender a cuidar, especialmente com os povos indígenas, mestres em ecologia integral. Suas cosmovisões e espiritualidades, sustentadas no cuidado, nos ajudam a dar passos diante desse chamado, que nascido da fé no Deus Criador, tem que nos levar a entender que a vida tem que ser sempre preservada, uma vida que se faz presente não só na espécie humana, mas em tudo aquilo que faz parte da Criação.
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*Missionário espanhol e assessor de comunicação do Regional Norte 1 da CNBB