A primeira transfusão intrauterina da rede pública do Amazonas ocorreu em uma paciente indígena, da etnia baré, de 27 anos. O procedimento aconteceu neste fim de semana na maternidade Ana Braga, zona leste de Manaus.
O procedimento, considerado de alta complexidade, consiste na transfusão de sangue para o feto, ainda na barriga da mãe. Neste caso, a medida foi necessária, devido à incompatibilidade sanguínea entre a mãe, que possui o Rh negativo, e o bebê, com o Rh positivo. Este cenário resulta em uma anemia profundo para o feto, como explica o diretor da maternidade Ana Braga, Edilson Albuquerque.
A indígena, de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus), foi identificada por meio do programa de Telemonitoramento de Pré-Natal de Alto Risco (TelePNAR) em áreas remotas do estado, destaca a secretária de Saúde, Nayara Maksoud.
Com 29 semanas de gestação, a equipe médica que fazia o acompanhamento da mãe, detectou uma anemia severa no feto e recomendou a transferência da paciente para Manaus. Na capital, ela realizou exames de ultrassonografia no Ambulatório Araújo Lima, do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), que comprovaram a gravidade da doença no feto.
De acordo com a equipe médica, cerca de 70 ml de sangue tratado foi transfusionado para o bebê, em um procedimento que durou cerca de 40 minutos. Mãe e bebê passam bem e devem retornar à unidade para receber outras dosagens de sangue, devido à gravidade da anemia fetal.
Rádio Rio Mar
Foto: Evandro Seixas / SES-AM