Queimadas: a mais de três meses do fim do ano, mas 2024 já é o pior da história para o Amazonas

A 98 dias do fim do ano, 2024 já é o pior ano da história para o Amazonas em relação às queimadas, conforme o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que começou em 1998.

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De acordo com o Painel Queimadas, até a última segunda-feira (23), os satélites identificaram 21.363 focos de incêndio no território amazonense ao longo de 2024. Essa quantidade já supera todo o ano de 2022, que teve 21.217 ocorrências que até então era o pior da história.

Conforme o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no Amazonas, Joel Araújo, cada vez mais pessoas utilizam aspectos da produção rural para cometer crimes ambientais no período de estiagem.

Em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, a ministra do meio ambiente, Marina Silva, disse que o País não se preparou como deveria para o momento de estiagem e queimadas atuais.

Ainda de acordo com a ministra, parte dos incêndios aparenta ter viés político, com um único objetivo: afrontar o poder público.

O presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou que o Brasil não está preparado para as condições de seca severa e recordes de queimadas.

De acordo com o Inpe, o Amazonas já teve mais de seis mil focos de queimadas em setembro de 2024, até o último dia 23.

O que diz o governo do Amazonas

“A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) informa que, devido à realidade da seca severa que acomete a Amazônia Legal como um todo, focos de calor tendem a aumentar, considerando a falta de umidade do ar que favorece o alastramento do fogo em áreas de floresta. Ressalta-se que dos 21.289 (incêndios), as áreas de responsabilidade direta do Estado do Amazonas correspondem a 9,30% (1.982) desses focos, um aumento em relação ao ano de 2023 de 0,71%.

O Governo do Amazonas tem atuado com o devido rigor em todas as frentes de combate aos efeitos da estiagem no Estado, sendo realizadas, continuamente, ações para coibir as queimadas e o desmatamento.

Atualmente estão em andamento as operações Tamoiotatá, de combate ao desmatamento, Aceiro e Céu Limpo de prevenção e combate aos incêndios florestais no interior e na capital. De junho até o dia 22 de setembro, mais de 18,1 mil focos de incêndio foram combatidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), sendo, 2.114 incêndios na capital e 16 mil no interior do estado.

A Sema, em conjunto com a Defesa Civil do Amazonas, Corpo de Bombeiros e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), acompanham por meio de painéis de controle e sistemas de monitoramento, hidrológico, de desmatamento, queimadas e qualidade do ar.

Até 22 de setembro, foram realizados 404 embargos, totalizando 19.621,6277 hectares de áreas embargadas. Foram aplicadas multas no valor de R$ 136,2 milhões, 362 autos de infração e 58 termos de apreensão lavrados, além de 188 detenções realizadas.”

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Divulgação

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