Prefeitura de Manaus não sabe o que fazer para liberar viaduto de R$ 47 milhões interditado há 50 dias


Interditado poucas horas após ser entregue, o viaduto do Manôa está há 51 dias inacessível aos cidadãos e a prefeitura de Manaus ainda não sabe o que fazer para liberar a estrutura ao tráfego de veículos.

O custo oficial da obra é de R$ 47.100.000,00. As empresas responsáveis pela construção foram a JNasser e a Construtora Soma. Porém, nem mesmo o Portal da Transparência do Município informa o valor exato que de fato as empresas receberam pelo contrato 043/2019.


Não consta na Transparência do Município o contrato 043/2019, com o Consórcio Manauara, para construção do viaduto do Manôa.

O viaduto foi entregue pelo ex-prefeito Arthur Neto (PSDB) no dia 31 de dezembro e foi interditado pelo sucessor David Almeida (Avante) poucas horas depois, no dia 1º de janeiro. Naquela data, a prefeitura informou que a “obra necessita de ajustes na sinalização, que garantam a segurança do trânsito na nova estrutura viária”.

Em comunicado enviado à imprensa, o diretor-presidente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Paulo Henrique Martins, disse que “a medida era necessária para conclusão da sinalização de divisores de pista de concreto e tão logo fosse aplicada a sinalização, o viaduto seria liberado com toda segurança para a circulação de veículos.”

Porém, 51 dias se passaram e, até hoje, a estrutura permanece fechada.

A Rádio Rio Mar perguntou da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), nesta sexta-feira, quando o viaduto será liberado.

Como resposta, recebeu um texto divulgado pela prefeitura de Manaus, na última quarta-feira, no qual o vice-prefeito e secretário da Seminf Marcos Rotta anuncia uma parceria com Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) e diz que há “divergências de opinião em relação ao que precisa ser feito com os desníveis do viaduto, a questão dos divisores de pista e também o prolongamento do encabeçamento do viaduto”.

O presidente do Crea-AM, Afonso Lins, afirmou que o viaduto só suporta veículos com até quatro metros de altura e, com essa limitação, nem deveria ter sido construído. Ele disse que o Crea-AM vai produzir um laudo técnico e entregar à prefeitura. Prazos e custos, no entanto, não foram citados.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Osmar Neto / Seminf