Quem trabalha com o turismo em Manaus sabe que há muitos pontos que podem melhorar na área central para atrair mais visitantes à região, como o Raimundo Barbosa que está há mais de 40 anos no ramo. “O primeiro local dos Correios, o prédio federal, ao lado do relógio, o patrimônio está ali e está cheio de camelô, tráfico de drogas, as calçadas são tomadas, tem fiscalização mas o povo não obedece a lei”, conta.
Mas no Centro não é só trabalho. O morador Afonso Nina chama a atenção justamente para a necessidade de mais opções de lazer fora do horário comercial. Dos 60 anos morando em Manaus, a metade ele passou aproveitando as atrações disponíveis na juventude.
“E os incentivos para trazer alguns estabelecimentos comerciais, como os cinemas, que existiam antigamente no Centro da Cidade, restaurantes abertos que possam trazer pessoas ao Centro da cidade, de dia e à noite, porque o Centro só vive se tiver gente dentro”, diz.
Afonso também lembra da infraestrutura “Tem que disciplinar as coisas no Centro, limpeza, correção das calçadas, sinalização para os turistas, porque mesmo quem mora em Manaus não consegue se locomover muito bem, iluminação e recuperação dos prédios históricos”.
Patrimônio histórico cultural
Nesta semana, o Centro Histórico de Manaus passou a ser considerado patrimônio histórico cultural do Brasil. O Ministério do Turismo aprovou o tombamento considerando quatro quesitos: histórico, o arqueológico, o etnográfico e o paisagístico.
A partir desse reconhecimento, Manaus deve intensificar a busca por recursos para revitalizar o Centro. A capital conta com destinação de parte de mais de 1 bilhão e 200 milhões de reais, a serem distribuídos às cidades históricas do Brasil, além de uma fatia de R$ 200 milhões para projetos por meio do BNDES.
Entre as propostas a curto prazo está a construção do Mirante da Ilha, um complexo de entretenimento e lazer no início da Av. Sete de Setembro e a revitalização da Praça Dom Pedro II.
A identidade da Arquitetura do Centro de Manaus deve passar por um processo de padronização, já que em alguns locais há grafite, outros mantém a estrutura colonial, além da mistura do asfalto com as pedras históricas. Uma curadoria deve ser instalada.
Entre outros pontos a serem recuperados, estão a antiga sede do Tribunal de Contas, a área da Alfândega e Receita Federal.
Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação / Manauscult