Polícia Federal prende terceiro suspeito de envolvimento na morte de jornalista e indigenista

A Polícia Federal informou que, na data de hoje (18/6), Jefferson da Silva Lima, vulgo “Pelado da Dinha”, que se encontrava foragido, entregou-se na Delegacia de Polícia de Atalaia do Norte.

O preso será interrogado e encaminhado para audiência de custódia. Ele é apontado como o terceiro suspeito na morte do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.

Conforme as investigações, a Polícia Federal considera o envolvimento de, pelos menos, cinco suspeitos nos assassinados do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Dois deles, os irmãos Amarildo da Costa Oliveira e Oseney da Costa de Oliveira, conhecidos como ‘Pelado’ e ‘Dos Santos’, já foram presos temporariamente.

O procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliésio Marubo disse em entrevista à Rádio Rio Mar, que o indigenista Bruno Araújo Pereira, sofria constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores. Bruno era servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e desenvolvia estudos sobre o combate às ocupações ilegais de territórios indígenas. O jornalista britânico Dom Philips pesquisava sobre os problemas enfrentados por indígenas da Amazônia. No momento do desaparecimento, os dois iam visitar uma comunidade.

Na última sexta-feira, (17), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota, ontem, na qual expressa solidariedade às famílias do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, e diz que aguarda o esclarecimento total do ocorrido. A CNBB exige a responsabilização dos envolvidos e afirma que não se pode aceitar a agressão ao ser humano, o desrespeito ao meio ambiente e à nossa casa comum, nem o encobrimento da verdade e da justiça.

Nota da CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expressa sua solidariedade às famílias do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, aguarda o esclarecimento total do ocorrido e exige a responsabilização dos envolvidos. Não se pode aceitar a agressão ao ser humano, o desrespeito ao meio ambiente e à nossa Casa Comum, nem o encobrimento da verdade e da justiça.

Essas mortes integram a lista de dramas vividos na região amazônica como bem expressou o Papa Francisco na exortação apostólica pós sinodal “Querida Amazônia” dirigida à atuação da Igreja no bioma. No documento, o Santo Padre aponta que “os interesses colonizadores que, legal e ilegalmente, fizeram – e fazem – aumentar o corte de madeira e a indústria minerária e que foram expulsando e encurralando os povos indígenas, ribeirinhos e afrodescendentes, provocam um clamor que brada ao céu”.

Fiéis ao Sucessor de Pedro, reafirmamos os sonhos expressos para a região, conforme manifestados pelo Papa Francisco em sua exortação: “Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida; Com uma Amazônia que preserve a riqueza cultural que a caracteriza e na qual brilha de maneira tão variada a beleza humana; Que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas; Com comunidades cristãs capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazônicos”.

Confira: Perícia confirma que restos mortais são do jornalista Dom Phillips

Da Redação – Rádio Rio Mar