Em plena pandemia onde a ciência provou a sua relevância para o mundo, o Congresso aprova projeto que determina a retirada de R$690 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Uma iniciativa do Ministério da Economia, liderado por Paulo Guedes, que afeta drasticamente o orçamento destinado as iniciativas cientificas, que com a aprovação dos senadores passa a ter apenas R$89 milhões. A realocação de recursos representa um corte de 92% nos valores destinados a bolsa e a apoio a pesquisa.
A pesquisadora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia da UFAM, professora Doutora Iraildes Caldas, destaca que fazer ciência na região é um desafio, dada as dimensões geográficas. Atualmente, ela e mais 10 pesquisadores realizam um projeto de pesquisa voltado ao entrelaçamento entre gênero, agroecologia e tecnologia social, nos municípios de Maués e Parintins. Segundo Iraildes as atividades científicas tendem a paralisar por falta de verba.
O corte inviabiliza o aprimoramento de pesquisas científicas no país. Com apenas 8% do previsto inicialmente para ciência, a suspensão de bolsas e do Edital Universal do CNPq é quase certa. A pesquisadora Iraildes Caldas relata que as dificuldades não são de hoje, mas só tendem a piorar.
Entidades vinculadas a pesquisa e ciência encaminharam uma nota de protesto contra a decisão ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Um apelo na busca de reverter a situação. De acordo com as instituições do movimento, “é um duro golpe na ciência e na inovação, que prejudica o desenvolvimento nacional”.
Com a realocação da verba retirada da ciência, R$150 milhões devem ir para o Ministério do Desenvolvimento para ações de proteção em áreas de risco. R$100 milhões para o Fundo de Arrendamento Residencial. Já o MEC receberá R$107 milhões que deverão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino superior. Por fim, o Ministério da Saúde ficará com R$50 milhões para saneamento básico.
Tania Freitas – Rádio Rio Mar
Foto: Ufam