Celebrado em 1º de julho, o Dia da Vacina BCG alerta para a importância do imunizante que combate as formas mais graves da tuberculose, doença que afeta não apenas os pulmões, mas também os ossos, rins e meninges. No Amazonas, entretanto, não há muito para comemorar. Há dois anos, a cobertura da vacina no Estado está abaixo do ideal.
Dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) apontam que a aplicação de BCG em 2020 resultou em uma cobertura vacinal de 88,89% no Amazonas. Já em 2021, o percentual foi ainda menor, 86,09%, e a cobertura ideal segundo o Ministério da Saúde é de 90%. Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado em março deste ano, o Ministério da Saúde aponta que o Amazonas está no topo dos estados que mais registraram a doença em 2021, com 71,3 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida, vem Rio de Janeiro (67,4) e Roraima (54,6).
A vacina, conhecida por deixar uma ‘marquinha’ permanente no braço, deve ser aplicada ainda na primeira infância, de preferência quando se é recém-nascido, mas, segundo o Infectologista Marcelo Cordeiro, as doses também podem ser ofertadas a crianças de até quatro anos, não vacinadas anteriormente.
A tuberculose é transmitida de forma aérea, por meio de aerossóis (partículas líquidas minúsculas) que uma pessoa contaminada lança no ar durante a fala, espirro ou tosse.
Em Manaus, as maternidades públicas aplicam a vacina até 24 horas após o nascimento. Já os bebês nascidos em maternidades particulares devem ser levados a uma das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da rede municipal para receber o imunizante. Os pais de bebês que não tenham sido vacinados com a vacina BCG nas maternidades logo após o nascimento devem procurar pelas unidades; UBS Leonor Brilhante, na zona Leste, que disponibiliza a BCG às segundas-feiras; a UBS Armando Mendes, na zona Norte, às quartas-feiras; a UBS Mansour Bulbol, na zona Oeste, às quintas-feiras; e a Policlínica Castelo Branco, na zona Centro-Sul, às sextas-feiras. Todas atenderão das 7h da manhã às 13h da tarde.
Na área rural, é realizado uma busca ativa das crianças ainda não vacinadas, que passa a ser feita todas as terças-feiras nas calhas dos rios Negro e Amazonas.
Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar