Operação “Militia” prende policiais por lavagem de dinheiro e extorsão no Amazonas

A Operação Militia segue com investigações em andamento, e a prisão de mais membros da organização criminosa está sendo analisada.

Foto: Lennon Costa

Na manhã desta quarta-feira, 17 de setembro, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) deflagrou a segunda fase da Operação Militia com a prisão de dois indivíduos ligados a um esquema criminoso de extorsão e lavagem de dinheiro no estado. Foram detidos o sargento reformado da Polícia Militar, Francisco Wendel Simas Tomé, e o civil Sávio Antônio Leite Corrêa, em Manaus e no município de Borba, interior do Amazonas.

Ambos são suspeitos de integrarem um grupo criminoso que atuava em sequestros, roubos e extorsões na capital. As investigações começaram após denúncias de três vítimas, incluindo um caso registrado por câmeras de segurança, que levou os promotores a identificar o esquema.

Segundo o promotor Armando Gurgel, a organização criminosa tinha uma divisão clara de tarefas, com um núcleo especializado em abrir contas em nomes de terceiros de forma fraudulenta. A movimentação financeira dessas contas era utilizada para esconder a identidade dos verdadeiros criminosos e dificultar a rastreabilidade dos recursos obtidos com extorsões.

A Operação Militia, já havia levado à prisão de nove pessoas em sua primeira fase, em julho deste ano. Entre os detidos anteriormente estavam quatro policiais da Força Tática e um perito da Polícia Civil, que inicialmente foi considerado suspeito, mas logo se confirmou como vítima de fraude, tendo seu nome utilizado para abrir contas bancárias vinculadas ao esquema.

Francisco Wendel

Francisco Wendel, um dos policiais militares reformados presos, já possuía um histórico criminal. Em 2023, ele foi detido por envolvimento em tráfico de drogas, quando trocou tiros com a polícia durante a prisão. A detenção recente revela a continuidade de sua atuação em atividades criminosas.

A maioria das vítimas identificadas até o momento são indivíduos com passagens pela polícia, o que dificulta a denúncia por parte de outras possíveis vítimas, por conta da exposição.

A operação também resultou na apreensão de diversos equipamentos eletrônicos, que agora passam por perícia para aprofundar as investigações. O MP-AM afirmou que novos mandados de prisão e buscas podem ser cumpridos nas próximas fases da operação.

Rafaella Amorim, Rádio Rio Mar

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