Oito convênios firmados entre o governo do Estado e a Federação de Pescadores do Amazonas e Roraima (Fepesca) entre 2009 e 2014 são alvos da ‘Operação Traíra’, deflagrada nesta quinta-feira, 7, pelo Ministério Público Estadual. Nesse período, a Fepesca recebeu R$ 7,850 milhões destinados ao projeto ‘Pescando Cidadania’ para beneficiar 9,600 pescadores artesanais em vários municípios do interior do Estado.
O procurador-geral de justiça do Amazonas, Fábio Monteiro, afirma que as evidências encontradas são apenas a ponta do iceberg. Segundo o Ministério Público, a partir do convênio 002/2012, os gastos da Fepesca com os convênios se concentraram em nove empresas. Ao buscar as sedes dessas empresas, os investigadores perceberam que os endereços não correspondiam aos locais de funcionamento das empresas, mas sim a imóveis residenciais. Em empresas de sócios diferentes, pelo menos seis delas apresentavam o mesmo e-mail de contato e quatro o mesmo número de telefone nos cadastros das notas fiscais.
Os 26 mandados de busca e apreensão na capital e em Manacapuru (a 68 quilômetros a oeste de Manaus) foram cumpridos nas sedes das empresas, da Fepesca e nas residências dos sócios das empresas, dirigentes e contador da federação. Além dessas medidas, houve o bloqueio de R$ 7,850 milhões que podem ter sido desviados na execução desses convênios.
Nome da Operação
Traíra, que dá nome à operação, é um peixe voraz, de dentes afiados, extremamente liso e escorregadio que habita locais de água parada e com vegetação aquática abundante, em referência ao modo de agir da quadrilha.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar