A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (19) a Operação Déjà Vu, para desmontar um esquema de garimpo ilegal na região conhecida como Filão dos Abacaxis, no sul do município do Maués, que já causou dano ambiental de R$ 430 milhões.
No total, 46 policiais federais cumpriram 06 mandados de prisão temporária e dez ordens judiciais de busca e apreensão em Manaus-AM, Nova Olinda-AM, Goiânia-GO, Itaituba-PA e Campo Grande-MS.
A Justiça Federal determinou a destruição imediata do garimpo ilegal e a decisão foi cumprida com o auxílio do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e de policiais da Força Nacional.
Investigação
Além dos mandados, foi determinado o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas, além como o sequestro de bens móveis e imóveis que, eventualmente, estejam em posse dos acusados. As investigações começaram através de denúncias de moradores sobre a poluição das águas e morte de peixes e outros animais que servem de alimentação para comunidade local.
A Polícia Federal disse que constatou, através de laudo pericial, um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro com o uso de Permissões de Lavra Garimpeira (PLGs) sem nenhuma ou com pouca intervenção humana, atividade conhecida como esquentamento do ouro.
Conforme análise do laudo pericial, o garimpo em questão se utiliza de cianeto, material altamente tóxico, e o dano ambiental configurado já ultrapassa a cifra de R$ 429.620.980,27, considerando o dano ambiental e o ouro extraído.
Nome da Operação
O nome da operação é uma alusão à reiteração da conduta no mesmo local e pelos mesmos alvos que foram presos na Operação da Polícia Federal que ficou conhecida como Operação Filão dos Abacaxis em 2015. Os crimes em apuração vão desde Crime de usurpação de bem público da União, Crime ambiental de extração de bem mineral sem autorização do órgão responsável, Crime ambiental de utilização de substância perigosa ou nociva à saúde ou meio ambiente (mercúrio/cianeto), Associação Criminosa Armada, Lavagem de capitais, submeter alguém a trabalho escravo, ou a condição análoga, cujas penas máximas somadas ultrapassam 30 anos de prisão.
Com informações da Assessoria
Foto: Divulgação/PF/AM