Na iminência de enfrentar um período de estiagem severa pelo segundo ano consecutivo, o Amazonas tem o maior número de queimadas no primeiro semestre dos últimos oito anos. Conforme o monitoramento de focos ativos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Estado teve 666 focos de incêndios florestais entre janeiro e junho deste ano.

De acordo com a série histórica de monitoramento, que começou em 1998, apenas em 2003 (704 focos) e 2016 (1.134) houve mais queimadas no primeiro semestre do que em 2024.

O aumento em relação ao mesmo período do ano passado, que teve 390 focos de incêndios entre janeiro e junho, é expressivo, superior a 70%.

Contudo, conforme o Inpe, nenhum município do Amazonas está entre os dez com mais focos de queimadas no ano.

Combate

A Rádio Rio Mar perguntou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) se já houve identificação da causa desse aumento. E também o que o Estado fará ou está fazendo quanto às queimadas. Não houve resposta.

Há um mês, no entanto, no dia 03 de junho, o governo do Estado iniciou a operação Aceiro 2024, com envio de 60 militares do Corpo de Bombeiros para 12 municípios do sul do Amazonas e Região Metropolitana de Manaus (RMM). Um aplicativo também foi criado para reforçar o monitoramento das áreas.

A operação Aceiro tem seis fases durante todo o período do verão amazônico. Nesta primeira, o reforço será nos municípios de Humaitá, Apuí, Lábrea, Boca do Acre, Manicoré, Novo Aripuanã, Maués, Canutama, Tapauá, Careiro, Manaquiri e Autazes.

Também no início de junho, o governo federal e os governos do Pará, Acre, de Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia e Mato Grosso assinaram um pacto para planejamento e implementação de ações colaborativas para prevenção e combate aos incêndios florestais. O governo do Amazonas não assinou.

Bruno Elander  – Rádio Rio Mar

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil