A Justiça Federal do Amazonas, em denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), condenou quatro pessoas pelos crimes de favorecimento da prostituição e exploração sexual de menores de idade. Os crimes ocorreram entre 2005 e 2007 nos municípios de Autazes e Barcelos.
O grupo comercializava pacotes turísticos de pesca esportiva para residentes dos Estados Unidos, tendo como um dos destinos a região do Rio Amazonas. Durante os passeios, eram ofertados encontros sexuais com garotas brasileiras, entre elas, indígenas, ribeirinhas e menores de idade.
As garotas eram atraídas para trabalhar nas embarcações sob o falso pretexto de exercer a função de auxiliar de serviços gerais. Depois eram informadas sobre a real finalidade dos embarques, que envolvia a prestação de serviços sexuais a turistas estrangeiros.
As acusações foram comprovadas por depoimentos das vítimas, que detalharam sobre a dinâmica da exploração sexual e a atuação dos responsáveis pelas ações, bem como por evidências produzidas pela Polícia Federal. Os policiais conseguiram filmar o embarque das mulheres em uma das festas promovidas pelo grupo. Durante a investigação, a polícia também obteve acesso a um CD contendo fotografias de cunho sexual de mulheres a bordo dos barcos, em companhia dos turistas.
Os acusados formavam um grupo de cinco pessoas: dois sócios, um deles norte-americano, dono de uma empresa de turismo com sede no estado da Geórgia, o outro brasileiro, proprietário das embarcações que operacionalizavam os passeios. Além deles, dois gerentes operacionais, que exerciam funções administrativas, aliciavam as vítimas e atuavam como intérpretes junto aos turistas estrangeiros; e um guia de pesca, que pilotava a embarcação e prestava serviços gerais adicionais.
Os quatro réus foram condenados pelos crimes de favorecimento da prostituição e exploração sexual de menor. Todos tiveram as penas agravadas pela quantidade de vezes em que as vítimas foram submetidas à prática de prostituição: foram 11 ocorrências identificadas no curso do processo.
Com isso, o sócio-administrador da empresa de turismo norte-americana foi condenado a 92 anos e 2 meses de prisão, os dois gerentes operacionais a 63 e 57 anos de prisão e o guia de pesca a 69 anos de reclusão.
Com informações do MPF-AM
Fotos: Divulgação/MPF-AM