Madeira apreendida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Humaitá pode ter sido vendida por agentes públicos aos próprios donos da carga. Essa é uma denúncia que está sendo apurada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM).
De acordo com os relatos dos denunciantes, agentes públicos, agentes políticos, empresários e um advogado integram o suposto esquema criminoso de venda ilegal de carga ambiental apreendida.
A denúncia diz que a PRF apreendeu 40 metros cúbicos de Ipê transportados ilegalmente na BR-319.
Em seguida os policiais da PRF registraram a ocorrência na delegacia de Polícia Civil de Humaitá. Porém, logo depois, a carga foi enviada ilegalmente para a Secretaria de Infraestrutura de Humaitá.
A legislação determina a doação de cargas ambientais apreendidas. No entanto, o denunciante afirma que não há nenhuma comprovação de doação.
Além disso, o relato revela como o suposto esquema funciona. A princípio, o delegado da Polícia Civil Mário Sérgio Leite de Melo envia ilegalmente a carga apreendida para o secretário de infraestrutura de Humaitá, Edvaldo Meireles.
Depois o secretário negocia com os próprios donos da carga apreendida. O intermediador, de acordo com a denúncia, é o advogado Gilmar Guizoni, que fica responsável pelos pagamentos aos agentes públicos.
Diante dos relatos, o MPAM instaurou um procedimento administrativo, que dá início a investigações, na comarca de Humaitá.
A Rádio Rio Mar apurou que o delegado Mário Sérgio Leite de Melo teve problemas de conduta quando atuava em Maués, inclusive chegou a ser preso, e responde outros procedimentos na Corregedoria do Estado do Amazonas.
Citados
A Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública informa que, assim como o MPAM, investigará o fato.
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP/AM) disse que não compactua com desvios de conduta de seus integrantes.
A Corregedoria também informa que está à disposição da sociedade para receber as denúncias que envolvam servidores do sistema de segurança pública do Estado através do telefone (92) 3211-1036 e do e-mail denuncia.corregedoria@ssp.am.gov.br.
A Rádio Rio Mar tentou contato com os outros citados na denúncia, através de aplicativos de mensagem, mas não obteve resposta.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Agência Brasil