Moradores do Educandos tentam reconstruir moradias durante vazante do Rio Negro

Um dos primeiros bairros a sofrerem com a subida do Rio Negro já começou o processo de reconstrução das casas que foram invadidas pelas águas. No Educandos, o morador Élcio Becil aproveitou a segunda-feira de sol pra começar a limpar a sua casa, na Rua Delcídio Amaral. É hora de jogar fora o que restou da inundação e lidar com os bichos peçonhentos que aparecem.

“Tem cobra, sapo, muito peixe podre. A gente coloca tudo no saco e e põe na lixeira. As madeiras apodreceram, tem que comprar mais e reformar”, diz

Ele deve levar cerca de um mês para recuperar a residência. Na casa da vizinha, dona Dalva, ainda tem água no porão. Ela desembolsou mais de R$ 1 mil para pintar as paredes, mas não tem faxina que dê conta de tanta sujeira. A moradora ficou traumatizada com a enchente histórica e não quer mais comprar móveis novos.

“Ainda estou lavando as louças. O mofo não é fácil, acaba com tudo. Ninguém vai comprar mais nada não, é perder tudo. Estava a fim de comprar um jogo de sofá, mas não vou não, porque só dá trabalho e a gente perde”, diz.

Na área onde a Rosilene Mara mora a água já baixou completamente e as pontes foram desmontadas, mas foram os próprios moradores que adaptam a estrutura e fazem a limpeza. “Aos poucos a gente está limpando, porque é muito lixo e a prefeitura não vem aqui para ajudar”, conta.

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A calha do Rio Negro, em Manaus, está no processo inicial de vazante e ainda são quase 24 mil pessoas afetadas, segundo a Defesa Civil. O nível de 29,18m ainda configura a cota de inundação severa. Mesmo com a descida das águas, 42 cidades do Amazonas permanecem em situação de emergência, 8 em situação de atenção e 12 voltaram pra condição de normalidade.

Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar