O Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil, divulgado pelo Serasa mostrou que 1,5 milhão de pessoas no Amazonas estão inadimplentes, isto é, com dívidas em aberto. Nessas horas, os cartões de crédito são os grandes vilões, segundo a pesquisa.
Desemprego, crise econômica e desestabilidade financeira: inúmeros são os fatores que contribuem para esse resultado. São R$ 5,3 bilhões em dívidas. Desse total, 21% nos cartões de créditos.
A professora Elizane Silva contou que já passou pelo endividamento com cartão de crédito. Segundo ela, tudo ficou mais difícil durante a pandemia. Hoje, já com a dívida paga, ela optou por não usar mais o crédito.
“É mais saudável você comprar as coisas à vista, com o dinheiro do que você pegar o dinheiro a receber e pagar todo no cartão de crédito. Eu sempre paguei tudo direitinho, porém, quando foi em 2020, por causa da pandemia, eu parei de dar aula, fui dispensada. Ficou apertado… Para pagar o cartão, meu pai pagou o mínimo, mas o juros foram aumentando e tudo virou uma bola de neve a dívida. Depois de uns meses, comecei a trabalhar, consegui fazer um acordo e pagar a dívida”, lembrou.
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Na análise do economista e Conselheiro Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), José Altamir Barroso Cordeiro, o principal motivo do aumento da inadimplência é a falta de uma educação financeira. Mas para ele, ainda é possível mudar essa realidade.
“É preciso ter disciplina. Você tem um orçamento comprometido com outras obrigações, água, luz, as compras do mês … o que sobra às vezes é muito pouco para que você possa fazer esse crédito parcelado. A falta da educação financeira na vida das pessoas faz com que elas apresentem esse tipo de problema. Agora que as escolas de primeiro e segundo grau estão inserindo nos seus currículos a disciplina de educação financeira, porque o jovem precisa conhecer desde pequeno uso do dinheiro”, comentou.
Ainda de acordo com o Mapa do Serasa, as principais dívidas do Amazonas são os gastos com consumos básicos como água, luz e gás, que representam 27% das dívidas. Em seguida, aparecem as vendas no varejo, que equivalem 26,4%.
Ouça a reportagem:
As orientações para uma vida financeira mais saudável são, principalmente, tentar não gastar mais do que valor recebido no mês; comprar só o necessário, e anotar dívidas ou gastos, fixos e emergenciais.
Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar